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Garimpo devasta quatro campos de futebol por dia em terras indígenas

Segundo Greenpeace, as áreas mais afetadas foram as regiões habitadas pelos povos Yanomami, Kayapó e Munduruku
Imagem mostra quatro agentes do Ibama durante fiscalização de desmatamento ilegal.

Foto: Ibama / Flickr

11 de março de 2024

Um estudo realizado pelo Greenpeace Brasil revelou que as ações do garimpo ilegal resultaram na devastação de 1.410 hectares de floresta em terras indígenas em 2023. Segundo a organização, a área desmatada equivale a quatro campos de futebol sendo explorados por dia.

A Terra Indígena Kayapó, situada no Pará, lidera o ranking com 1.019 hectares devastados pelas atividades ilegais. Análises de imagens de satélite revelam que as áreas leste e nordeste do território estão severamente afetadas, impactando diretamente quatro aldeias.

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Ainda no Pará, a segunda área mais afetada é a Terra Indígena Munduruku, onde 15 aldeias foram afetadas pelo garimpo. Apesar do Greenpeace registrar uma redução de 430 hectares devastados em 2022 para 152 no ano passado, a proximidade dos garimpeiros ainda é considerada alarmante.

No território Yanomami, o levantamento registrou 238 hectares de floresta derrubadas pelos garimpeiros. A atividade ilegal atingiu seu pico em janeiro, antes da intervenção do governo federal. Houve uma queda significativa em fevereiro, mas novos picos foram registrados em março e outubro do ano passado.

Em 29 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas, implantou a Casa de Governo em Boa Vista (RR), para coordenar e monitorar os esforços voltados para garantir melhores condições de saúde, alimentação e proteção à população Yanomami.

Após a instalação, foram organizadas as medidas que serão executadas até o fim de março. Conforme informações do ministério, ainda neste mês, está prevista a liberação de um crédito extraordinário de mais de R$ 1 bilhão para atender às despesas relacionadas à iniciativa. 

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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