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Inquérito sobre denúncia de proibição de enredos negros e LGBTQIA+ no Carnaval de Canoas é arquivado

Denúncia foi apresentada pela Fenasamba após reunião com a AESC, em janeiro deste ano
A imagem mostra fantasia do desfile de carnaval da Mangueira de 2025, que homenageou a ancestralidade bantu.

A imagem mostra fantasia do desfile de carnaval da Mangueira de 2025, que homenageou a ancestralidade bantu.

— Fernando Frazão/Agência Brasil

29 de maio de 2025

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) encerrou as apurações sobre a denúncia de proibição de sambas-enredo relacionados a religiões de matriz africana, à comunidade negra e à população LGBTQIAPN+ no Carnaval promovido pela prefeitura de Canoas (RS), realizado em 20 de fevereiro.

O caso foi denunciado pela Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba) às vésperas do desfile de carnaval 2025. A entidade informou que, durante uma reunião com a Associação das Escolas de Samba de Canoas (AESC), no dia 29 de janeiro, o secretário municipal de Cultura, Wolmar Pinheiro Neto, teria vetado as temáticas.

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A AESC também registrou o caso na Polícia Civil, mas o inquérito foi concluído sem indiciamento. O MPRS arquivou a investigação por não terem sido encontrados indícios suficientes que ligassem Neto às falas.

Para o promotor de Justiça substituto Rodrigo Berger Sander, os testemunhos colhidos durante a fase policial do processo não deixam clara a autoria das falas discriminatórias.

“Muito embora os fatos tenham ocorrido durante uma reunião com demais pessoas, os depoimentos prestados pelas testemunhas na fase policial são conflitantes e contraditórios entre si, não sendo possível extrair se o investigado, de fato, proferiu falas preconceituosas e intolerantes”, declarou Sander em manifestação do órgão.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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