O parlamento israelense aprovou leis que vetam a atuação da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados Palestinos (UNRWA) dentro dos territórios de Israel. A votação da última segunda-feira (28) contou com 92 votos favoráveis e 10 contrários à proibição das ações de auxílio ao povo palestino.
A UNRWA atende refugiados há sete décadas e emprega uma equipe de 20 mil pessoas na área da educação, saúde, assistência social em Gaza. A resolução aprovada pelos membros do Knesset, o equivalente à Câmara dos Deputados em Israel, proíbe qualquer contato entre as autoridades com representantes da agência humanitária.
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Entre as medidas, também está a proibição de operações agência dentro dos limites territoriais considerados pelo governo de Israel e a retirada de proteções e meios essenciais para a continuidade das ações de auxílio da ONU.
Nesta terça-feira (29), Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, enviou uma carta ao presidente da Assembleia Geral da ONU, Philemon Yang, classificando a situação como um “ataque físico, político e operacional sem precedente na história das Nações Unidas”.
“A legislação vem depois de um ano de flagrante desrespeito às vidas, instalações e operações humanitárias da equipe da UNRWA em Gaza, e depois de intensas campanhas diplomáticas do Governo de Israel mirando os doadores da UNRWA com desinformação para minar o financiamento. Autoridades locais israelenses também estão ameaçando despejar a UNRWA de sua sede em Jerusalém Oriental ocupada e substituí-la por assentamentos”, declara o comissário-geral.
O comunicado de Yang ainda notifica que, ao longo do conflito, mais de 200 funcionários da agência foram mortos. Além disso, mais de 200 instalações da UNRWA foram danificadas ou destruídas, em ataques que vitimaram 560 pessoas que buscavam proteção da ONU.
Veículos de notícias bloqueados
No dia 23 de setembro, militares do exército de Israel invadiram a sede da emissora de notícias Al Jazeera, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. As forças israelenses ainda determinaram o encerramento das atividades por 45 dias e acusaram os jornalistas de “incitarem o terror” e de apoio a atividades terroristas.
A ação se baseou em duas legislações, aprovadas pelo Knesset em abril e maio deste ano, nas quais permitem o encerramento de veículos estrangeiros considerados como ameaça ao regime local e proíbem a transmissão de coberturas jornalistas nas cidades pertencentes a Israel.