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Judiciário possui mais de 11 mil processos sobre racismo pendentes, aponta CNJ

A nova ferramenta do Conselho Nacional de Justiça permitirá o acompanhamento da atuação do poder judiciário em processos na temática racial
A imagem mostra uma balança da Justiça com uma pessoa negra de terno ao fundo.

Foto: Reprodução / Pexels

6 de novembro de 2024

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou, na terça-feira (5), um painel digital que possibilita acompanhar a tramitação de processos judiciais de racismo em todas as esferas do judiciário. A iniciativa foi divulgada oficialmente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do conselho, Luís Roberto Barroso.

Segundo dados do CNJ, no Brasil, há cerca de 11.620 processos pendentes que correm na justiça. Do total, 98% estão nas esferas estaduais. O perfil majoritário das vítimas nas ações relacionadas ao racismo são mulheres (56,5%) de 26 e 45 anos. Em 2024, foram 4.205 processos até o momento.

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A Bahia se destaca entre os estados com maior número de ocorrências, somando 4,9 mil ações em andamento. A cota representa 42% de todos os casos. Paraná e Minas Gerais aparecem em segundo e terceiro lugar da lista com, respectivamente, 757 e 682 casos.

Além dos dados sobre o litígio, a plataforma também mapeia a representatividade racial em todas as instâncias da justiça brasileira. De mais de 299 mil servidores de todo o país, apenas 74.079 são pessoas negras. O número sofre uma queda significativa considerando o percentual na magistratura, com apenas 2.466 servidores negros. 

O painel é estruturado em três abas interativas, com panorama dos processos criminais relacionados a casos de racismo e crimes correlatos. As informações podem ser visualizadas por segmento da Justiça, tribunal específico, estado ou município.

A ferramenta é resultado da parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e se origina no Pacto Nacional do Poder Judiciário pela Equidade Racial, ação que busca aperfeiçoar a gestão de dados raciais e subsidiar políticas públicas no tema.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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