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Líder indígena da Amazônia colombiana pede financiamento direto para conservar floresta

Na abertura da COP16 sobre biodiversidade, em Cali, Oswaldo Muca Castizo defende que povos indígenas sejam recompensados por preservar a floresta amazônica
Imagem de Oswaldo Muca Castizo, presidente da Organização dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac). O líder indígena solicitou na COP16 financiamento direto aos povos indígenas.

Foto: Facebook - OPIAC

23 de outubro de 2024

Os povos indígenas da Amazônia solicitaram, nesta segunda-feira (21), “financiamento direto” para proteger seus territórios e garantir a conservação da natureza. O apelo foi feito por Oswaldo Muca Castizo, presidente da Organização dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac), durante a abertura oficial da COP16 sobre biodiversidade, realizada em Cali, na Colômbia.

Muca enfatizou a importância da participação indígena na construção dos documentos técnicos e políticos da conferência, mas destacou que a questão financeira precisa ser abordada. “Para seguir falando de conservação, para poder seguir falando de proteção, precisamos de um mecanismo de financiamento direto para os povos indígenas, para que possamos continuar a conservar”, afirmou.

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Falando diante de representantes de várias comunidades da bacia amazônica, o líder indígena descreveu o financiamento como uma “compensação” pelo cuidado que os povos indígenas têm proporcionado à floresta amazônica por milhares de anos.

Na Colômbia, a Amazônia cobre quase metade do território, sendo o lar de 64 povos amazônicos, de um total de 115 etnias indígenas. Muca alertou sobre a necessidade de ampliar as áreas indígenas protegidas para evitar a exploração externa. “Se deixarem de ser protegidas, outras pessoas de fora chegam para nos explorar, chegam para nos prejudicar.”

A Amazônia, que abrange nove países da América do Sul, tem sido severamente afetada por secas recentes, coincidindo com os piores incêndios na região em quase duas décadas, conforme dados do observatório europeu Copernicus. Além da seca, o desmatamento é outra ameaça crítica, com especialistas alertando para o risco de a floresta se transformar em uma vasta savana.

Muca fez um apelo global: “Não se pode falar apenas das árvores, não se pode falar apenas do cuidado com a água, porque ali vivem indígenas, há pessoas que sempre cuidam desse território.” Ele concluiu sua fala pedindo ações diretas para que os povos indígenas possam continuar desempenhando seu papel na preservação da Amazônia.

Texto com informações da Agence France-Presse.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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