Na quarta-feira (1º), o governo do Rio Grande do Sul afirmou que a destruição causada pelas chuvas que atingem o estado prenunciam o “maior desastre da história” gaúcha em termos de prejuízo material.
De acordo com o balanço da Defesa Civil estadual, os temporais já causaram 13 óbitos e deixaram ao menos 12 pessoas feridas. Ao menos 21 pessoas estão desaparecidas. Mais de 67,8 mil pessoas foram afetadas em todo o estado. Destas, 9.993 estão desalojadas e buscaram abrigo na casa de parentes, amigos ou em hospedagens. Outras 4.599 que não tinham para onde ir estão alojadas em abrigos públicos.
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Até o momento, 147 prefeituras já reportaram ao governo estadual que foram de alguma forma afetadas por alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências da situação.
A Defesa Civil do estado informou que famílias que moram na região de Cotiporã estão sendo retiradas do local em decorrência do rompimento da barragem 14 de julho. Em um comunicado, a instituição fez um alerta a população dos municípios de São Francisco de Paula, Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz para que deixem as áreas consideradas de risco e procurem abrigos.
A instituição tem feito alertas sobre as condições do Rio Caí, que “recebeu expressivos volumes em razão das fortes chuvas dos últimos dias no Estado e está ultrapassando extraordinariamente sua cota de inundação”.
Denúncia de negligência do governo estadual
O deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) tem usado as redes sociais para atualizar a situação dos municípios e para denunciar a falta de investimento e políticas públicas para evitar que as consequências das fortes chuvas não tomassem proporções tão grandes.
Segundo ele, o investimento financeiro para o setor responsável defesa civil do estado foi de apenas R$ 50 mil. Durante uma entrevista coletiva, o governador Eduardo Leite (PSDB) informou que foram investidos R$ 115 milhões no setor, o que foi refutado pelo deputado. Segundo Gomes, o montante inclui o orçamento de outros setores.
Auxílio às periferias de Porto Alegre
Na quarta-feira (1º) foi aberto o 2º Fórum Social das Periferias de Porto Alegre. Organizado por lideranças comunitárias e militantes de base, o evento prossegue até domingo (5), com debates e atividades descentralizadas em diversos bairros periféricos da capital gaúcha.
Por conta das fortes chuvas que atingiram o bairro Rubem Berta (RS), a caminhada que daria início ao fórum foi cancelada e a abertura do evento foi feita de forma virtual.
A coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia RS (MNLM-RS), Ceniriani Vargas da Silva, em entrevista publicada pelo Brasil de Fato que a segunda edição do evento pretende dar voz e vez aos moradores das periferias da cidade, que costumam ser mais afetadas por eventos climáticos. Essas pessoas puderam levar as demandas e as necessidades de território em busca de melhores condições e organização coletiva para a transformação da realidade das pessoas que vivem em áreas afastadas.