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MG: Ato em Brumadinho homenageia as 272 vítimas da tragédia e cobra justiça

No dia 25 de janeiro, completaram 5 anos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho; o julgamento contra os responsáveis segue sem datas
Moradores e familiares de vítimas participam de ato que marcou o quinto aniversário do rompimento da barragem de Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2024, em Brumadinho, estado de Minas Gerais. No dia 25 de janeiro completaram-se cinco anos do rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, propriedade da mineradora Vale.

Foto: Douglas Magno/AFP

26 de janeiro de 2024

Cinco anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, atingidos pela tragédia, se reuniram, na quinta-feira (25), para homenagear as vítimas e cobrar justiça.

O rompimento da barragem resultou em 272 vidas perdidas e uma enorme devastação ambiental. As perdas incluem dois bebês cujas mães estavam grávidas no momento da tragédia. As buscas pelos corpos de três vítimas ainda continuam. 

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O desastre liberou no ambiente o equivalente a cerca de 180 mil contêineres de metais em forma de lama tóxica, que chegou a 26 municípios da Bacia do Paraopeba, com impactos nas condições de saúde dos moradores até hoje.

Durante um ato após a V Romaria pela Ecologia Integral em Brumadinho, familiares das vítimas expressaram preocupação com decisões recentes no processo criminal. A federalização do caso, ignorando as investigações do Ministério Público de Minas Gerais, e o recente voto favorável ao habeas corpus do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, frustram a população.

No processo criminal, 16 pessoas enfrentam acusações de homicídio doloso qualificado e crimes ambientais, incluindo membros da Vale e da empresa alemã Tüv Süd, que assinou o laudo de estabilidade da barragem. A defesa de Schvartsman já apresentou pedidos de habeas corpus.

O ato contou com a presença de representantes da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (AVABRUM), parlamentares, como os deputados federais Rogério Correia (PT-MG) e Célia Xakriabá (PSOL-MG), e membros do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

“Estamos aqui porque executivos inescrupulosos escolheram o lucro no lugar da VIDA, e não se enganem com as lágrimas de crocodilos. Eles sabiam que a barragem de Brumadinho estava condenada, que ela tinha problemas sérios de estabilidade pelo menos um ano antes dela vir abaixo. Chegaram ao ponto de macabramente calcular o número de vidas que seriam perdidas. Afinal, para um executivo de uma multinacional, um mineiro, um geólogo, um soldador, uma enfermeira não são mais que números”, publicou a AVABRUM nas redes sociais. 

Jefferson Macena, da coordenação do MAB, destaca a importância de responsabilizar os envolvidos para influenciar a atividade mineradora em Minas Gerais e estabelecer um precedente nacional. Ele ressalta o papel da recém-aprovada Política Nacional de Direitos dos Atingidos por Barragens como instrumento para reivindicar direitos e proteger a vida dos afetados.


O ato, que encerrou uma semana de atividades para relembrar o ato criminoso, reuniu familiares das vítimas, moradores das comunidades atingidas, populações indígenas, ex-trabalhadores da Vale e lideranças políticas e sociais. A busca por justiça e a prevenção de futuras tragédias continuam a ser temas centrais na luta dos atingidos em Brumadinho.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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