Moradores denunciam em vídeo divulgado nas redes sociais o momento em que um homem baleado aguarda no chão por socorro, sem ajuda dos policiais, na comunidade Caminhos São José, em São Vicente, Baixada Santista (SP).
Com medo, os moradores aparecem no vídeo com as mãos para cima, tentando chegar no local onde o rapaz estaria baleado.
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A publicação ainda diz que a luz do local foi cortada pelos policiais. Segundo informações de Rui Elizeu, advogado criminalista que acompanha as ações da polícia na região, duas pessoas foram baleadas na noite de ontem em ocasiões diferentes, e uma morreu.
“As pessoas têm chegado ao IML sem identificação, nem documento de identidade. E ontem (14), além de cortarem a luz, eles estavam dificultando que a ambulância fosse chamada para o outro baleado”, comenta.
Procurada pela Alma Preta, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) não confirmou que houve um óbito. De acordo com informações da pasta, a ação da Polícia Militar na localidade visava combater o tráfico de drogas.
“Os agentes atuavam na área quando iniciaram abordagem a um grupo. Houve confronto e um homem de 48 anos que estava no local foi atingido de raspão e foi socorrido. Um dos suspeitos também foi baleado, mas conseguiu fugir com os demais. As investigações estão em andamento para identificar e localizar os criminosos”, disse a SSP.
O segundo vídeo, postado no último sábado (10), mostra uma discussão entre agentes da Polícia Militar e moradores do Parque Bitarú, também em São Vicente. Durante a discussão, um policial atira em um morador em dois momentos do vídeo.
“Essa situação foi um rapaz, Ruan, que estava trabalhando pela Prefeitura de São Vicente no local. A viatura chegou por conta de uma bolsa tira-colo que ele estava, na qual estavam os remédios dele”, completa o advogado.
No momento, Ruan se encontra entubado em um hospital na cidade de Santos. De acordo com o criminalista, a bala está alojada próximo à coluna e os médicos ainda consideram os riscos para tirá-la.
A SSP afirmou para a reportagem que o caso é investigado pela Delegacia de São Vicente e pela Polícia Militar. “Os exames periciais na arma do policial já estão em andamento, assim como o processo de coleta dos depoimentos de todas as partes envolvidas. A Corregedoria está disponível para apurar qualquer acusação contra agentes da instituição”.