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Morre Mestre Peixe de Caxias, um dos principais nomes da Capoeira Angola no Brasil

Familiares e amigos acusam hospital de negligência médica na morte de Mestre Peixe de Caxias, um dos fundadores da Roda Livre de Caxias
Na foto, Itamar da Silva Barbosa, popularmente conhecido como Mestre Peixe de Caxias.

Foto: Reproduçao / GUCA

10 de janeiro de 2025

Na quinta-feira (9), faleceu um dos principais responsáveis pela criação da tradicional Roda Livre de Caxias, em Duque de Caxias, município da região metropolitana do Rio de Janeiro. Mestre Peixe de Caixas, de 65 anos, é conhecido pela longa trajetória de fomento e salvaguarda da capoeira, sendo considerado uma grande referência no país.

Itamar da Silva Barbosa era mestre do Grupo Unificar de Capoeira de Angola (GUCA), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 2 de janeiro deste ano.

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Segundo comunicado do GUCA, Mestre Peixe sofreu um segundo AVC, com edema extenso na última terça (7), resultando na morte cerebral de Itamar. Familiares e integrantes do grupo denunciam o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes por negligência no atendimento.

Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, Thais Barbosa, filha de Mestre Peixe, conta que nenhuma intervenção médica foi realizada quando a situação de saúde do capoeirista se agravou.

“Meu pai começou a apresentar sinais clínicos evidentes de um agravamento e estava sem monitoramento contínuo para vigilância neurológica para um caso de AVC porque consideraram o caso dele sem gravidade”, relatou a filha, ao jornal.

Ainda conforme os familiares, os médicos afirmaram que não haveria necessidade de leito, porque o paciente seria liberado em 48 horas para tratamento ambulatorial com neurologia, fonoterapia e fisioterapia.

Parlamentares lamentam morte do capoeirista

Em nota nas redes sociais, a deputada estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ) lamentou a partida de Mestre Peixe e informou que destacará a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) para acompanhar as denúncias de negligência.

“Sua morte, causada por negligências no atendimento no Hospital Adão Pereira Nunes em Caxias, é mais um exemplo da desumanização que nossos mestres e mestras enfrentam. Esse tipo de descaso é inadmissível e revela a urgência de políticas públicas que assegurem a mínima dignidade a quem tanto faz pela nossa cultura”, declarou.

Em publicação no X (antigo Twitter), a deputada estadual Marina do MST (PT-RJ) disse que solicitará uma investigação interna à Secretaria de Saúde do município para apurar a ocorrência.

“Acabamos de perder o Mestre Peixe, fundador da Roda Livre de Caxias e da Capoeira Angola. Após um AVC, ele foi internado no Hospital Adão Pereira Nunes. A família denuncia negligência médica. Cobraremos da Secretaria de Saúde uma investigação interna e explicações à sociedade”.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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