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Movimento Negro Evangélico pede às igrejas a abertura de arquivos da escravidão

Manifesto do Movimento Negro Evangélico propõe uma série de apelos e exigências às igrejas protestantes, pedidos de perdão e a apresentação de registros históricos da escravatura
Clarence D. Castile, tio de Philando Castile, fala do lado de fora da Mansão do Governador em 7 de julho de 2016.

Foto: Stephen Maturen/AFP

13 de maio de 2024

 Com lançamento marcado para o dia 13 de maio, data da abolição da escravidão no Brasil, a campanha “388 Anos de Escravidão: E a igreja com isso”, pensada pelo Movimento Negro Evangélico, busca sensibilizar as igrejas protestantes históricas e abrir uma discussão sobre a responsabilidade e papel da igreja diante desse período histórico. 

De acordo com o movimento, a discussão sobre a escravidão no Brasil menciona, frequentemente, a Igreja Católica como uma das principais promotoras do sistema escravocrata. Haveria, no entanto, poucas análises críticas sobre a atuação da igreja protestante, que se estabeleceu no Brasil no século 19.

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O manifesto apresenta exigências como um pedido de perdão oficial ao povo negro, por parte de igrejas históricas, o acesso aos registros e documentos oficiais das instituições eclesiásticas — Igreja Presbiteriana do Brasil, Convenção Batista Brasileira, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Metodista do Brasil e Igreja Episcoal Anglicana do Brasil — que já estavam no Brasil naquele período, mas “trabalhando para que se estabeleça a verdade”.

A campanha menciona ainda que é essencial compreender a história e o passado como um todo, sem ignorar períodos. “O racismo é um pecado que desafia a glória de Deus, e a igreja protestante deve denunciá-lo e criticar a si mesma”, diz a teóloga Aline Martinells, coordenadora nacional do Movimento Negro Evagélico, em nota.

Na mesma nota, o teólogo Leonardo Mariano, autor do livro “Alvo Mais que a Neve” menciona a urgência de confrontar as contradições das instituições religiosas e reafirmar o compromisso com a igualdade e a justiça. Segundo ele, é preciso investigar de perto o papel da instituição ao longo da escravatura, e que, mesmo que lideranças protestantes tenham se destacado na luta pela abolição, muitas outras foram omissas, coniventes com o sistema e chegaram a justificá-los teologicamente.

O manifesto informa ainda que a campanha surge para debater uma lacuna histórica e tem como uma das ações a promoção da semana nacional de discussão sobre Igreja, Memória e Escravidão, que vai ocorrer entre os dias 28 e 30 de junho. As ações estão sendo abertas para as igrejas e organizações que queiram realizar essa iniciativa. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no por meio do link.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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