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MPRJ lança ação inédita contra racismo em estádios durante Sul-Americana e Libertadores

Promotores atuarão diretamente nas partidas para prevenir, identificar e punir atos de racismo e xenofobia nos estádios do Rio
Promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) fazendo monitoração de campo de futebol.

Promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) fazendo monitoração de campo de futebol.

— Reprodução/MPRJ

14 de maio de 2025

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou uma ação inédita para prevenir e reprimir atos de racismo durante as partidas das copas Sul-Americana e Libertadores realizadas nos estádios do Rio. A atuação será feita por promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ), que estarão presentes em todos os jogos para monitorar as arquibancadas, apurar denúncias e intervir em caso de flagrante.

A ação marca uma nova fase na atuação do Ministério Público no futebol. De acordo com o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, idealizador do GAEDEST, o objetivo é garantir justiça e proteção a todos os cidadãos que frequentam as arenas esportivas. 

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“Todos os torcedores que comparecerem aos estádios do Rio de Janeiro terão o Ministério Público ao seu lado, com o objetivo de punir eventuais autores desses atos criminosos e garantir justiça”, afirma em nota divulgada pelo órgão.

Presença em campo e monitoramento por câmeras

A atuação dos promotores ocorrerá presencialmente nos estádios e por meio do circuito interno de câmeras. Em caso de identificação de ato discriminatório, a segurança do estádio e a Polícia Militar conduzirão o autor ao Juizado do Torcedor. Confirmado o flagrante, será determinada a prisão e iniciado o processo criminal.

“A intenção é levar justiça de forma célere e eficiente, mas, sobretudo, conscientizar os torcedores de que não há tolerância a atos racistas. Estamos vigilantes e contamos com o apoio de quem vai ao estádio para se levantar contra essa prática”, afirma na mesma nota o promotor de Justiça Márcio Almeida, coordenador do GAEDEST.

Campanha ‘Estamos Vigilantes’

A campanha institucional “Estamos Vigilantes” será lançada nesta quarta-feira (14), com veiculação na imprensa, nas redes sociais e dentro dos estádios. A proposta é envolver jogadores, torcedores, jornalistas, profissionais de segurança, prestadores de serviços e promotores de Justiça na construção de um ambiente esportivo mais seguro e respeitoso.

A campanha alerta para a necessidade da participação ativa do público. Denunciar atos racistas é uma responsabilidade compartilhada. O MPRJ orienta que qualquer pessoa que testemunhe uma situação de discriminação acione imediatamente a segurança do estádio, a Polícia Militar ou o promotor de plantão no Juizado do Torcedor.

As denúncias também podem ser feitas à Ouvidoria do MPRJ pelo telefone 127 ou por meio de formulário específico disponível online. A população pode enviar imagens, vídeos e outras informações que colaborem com a investigação e responsabilização dos autores.

Uso de tecnologia no enfrentamento ao racismo

A iniciativa conta com apoio da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/CI2) do MPRJ. Técnicos da divisão realizaram vistorias nos estádios para avaliar os sistemas de câmeras e propor melhorias no monitoramento e na identificação de responsáveis por cânticos, gestos e ofensas racistas.

A equipe da DEDIT também estará presente durante os jogos, utilizando equipamentos para captação de áudio e vídeo. O objetivo é reunir provas e fornecer suporte técnico à atuação dos promotores no enfrentamento aos crimes de discriminação racial e xenofobia.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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