PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mulher é resgatada de trabalho análogo à escravidão após 28 anos em residência de MG

Vítima trabalhava como doméstica e cuidadora sem salários ou direitos básicos desde 1996; operação garantiu indenização e regularização trabalhista
Imagem de auditores fiscais do trabalho, responsáveis pelo resgate de vítimas de trabalho análogo à escravidão. Uma vítima foi resgatada em Minas Gerais após 28 anos de trabalho em condição degradante em residência familiar.

Foto: Reprodução/Ministério do Trabalho e Emprego

23 de dezembro de 2024

Uma mulher foi resgatada de condições de trabalho análogo à escravidão no município de Além Paraíba (MG), a cerca de 370 quilômetros da capital Belo Horizonte

Após 28 anos trabalhando como empregada doméstica e cuidadora de um idoso sem receber nenhuma remuneração, a vítima foi libertada em operação conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com Há apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Segundo o Ministério do Trabalho, a mulher iniciou suas atividades em 1996, mas só teve a carteira assinada em 2009, permanecendo sem acesso a direitos trabalhistas como férias e 13º salário. Em 2015, seus empregadores interromperam o registro formal, mas continuaram utilizando seus serviços, violando a Lei das Domésticas, que ampliou os direitos da categoria.

Além disso, a mulher não tinha um quarto próprio, sendo obrigada a dormir no mesmo cômodo que o patrão nos últimos meses, enquanto acumulava funções extenuantes. Suas posses se limitavam a poucas roupas, produtos de higiene, um espelho e um cobertor.

Trabalho doméstico e escravidão contemporânea

Os auditores fiscais que participaram da operação determinaram o encerramento imediato da relação de trabalho, além da regularização do registro da vítima e o pagamento integral de seus direitos trabalhistas. Um acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho assegurou uma indenização pelos danos sofridos.

A Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) classifica como trabalho análogo à escravidão situações de condições degradantes, jornadas exaustivas, servidão por dívida ou vigilância ostensiva que anulam a dignidade e a vontade do trabalhador.


Casos como este podem ser denunciados de forma anônima pelo Sistema Ipê ou por meio do aplicativo Laudelina, criado especialmente para trabalhadoras domésticas. Disponível para celular e computador, a ferramenta foi desenvolvida pela Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos e pela Fenatrad, promovendo acesso a direitos e denúncias de forma segura.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano