Um relatório técnico do Ministério Público do Tocantins (MPTO) revelou que as queimadas do estado afetaram os territórios indígenas e as unidades de conservação de maneira expressiva. Em 2023, os focos de incêndio atingiram 45% dessas localidades.
Executado pelo Laboratório de Geotecnologias do Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma), do MPTO, o estudo utilizou imagens de satélite para analisar as “cicatrizes” das queimadas, áreas de vegetação afetadas por incêndios que apresentam alterações visíveis no solo e na cobertura vegetal.
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Segundo o relatório, no último ano, aproximadamente 353 mil hectares de terras indígenas (T.I) foram atingidas, concentrando 30% das áreas queimadas. Já as unidades de conservação federais e estaduais somaram 15%, com 178mil hectares queimados.
A T.I mais impactada foi o Parque do Araguaia, que abrange parte dos municípios de Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia. Cerca de 257.855 hectares foram consumidos pelo fogo, representando 73% da área queimada em todas as terras indígenas da região.
Entre as Unidades de Conservação (UC), a maior área queimada foi a UC Federal Parque Nacional do Araguaia, localizada entre as cidades de Pium e Lagoa da Confusão.
Ao todo, o levantamento identificou cicatrizes de queimadas em 130 cidades do estado, o que representa 94% do Tocantins. Apenas nove dos 139 municípios não apresentaram indícios de queimadas.
No geral, o relatório aponta para mais de 1,3 milhão de hectares queimados entre 29 de julho e 16 de outubro de 2023, o que equivale a um milhão e 828 mil campos de futebol.