O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) registrou um total de 2.847 trabalhadores resgatados entre janeiro e novembro deste ano de trabalhos análogos à escravidão no Brasil. O número parcial de resgates em 2023 já atingiu o patamar mais alto dos últimos 14 anos, um recorde em toda a série de pagamentos de verbas rescisórias.
Durante o ano, foram fiscalizados 516 estabelecimentos, abrangendo tanto áreas urbanas quanto rurais. Essa iniciativa viabilizou o pagamento de mais de R$ 10,8 milhões em verbas salariais e rescisórias destinadas aos trabalhadores.
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Conforme os números, o setor com a maior quantidade de trabalhadores resgatados foi o cultivo de café (300). O setor da cana-de-açúcar, que liderava os dados até junho deste ano, registrou 258 resgates.
Em 2022, segundo os dados divulgados pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, 83% das pessoas resgatadas se autodeclararam pretas ou pardas, 15% brancas e 2% indígenas.
Segundo a pasta, o resultado se deve, principalmente, à atuação da fiscalização, que coordena as ações do Grupo Móvel em parceria com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Ministério Público do Trabalho, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal.
Entre as regiões do país com maior número de ações de resgate, a liderança é do Sudeste, com 192 estabelecimentos fiscalizados e 1.043 trabalhadores resgatados, seguido do Centro-Oeste, com 103 fiscalizações e 720 resgates.
O Sul catalogou 475 trabalhadores resgatados e 76 ações realizadas. No Nordeste, foram realizadas 83 ações e 450 resgates e no Norte, 159 resgatados e 62 ações realizadas pelo ministério. Goiás (640), Minas Gerais (571) e São Paulo (380) lideram o ranking entre os estados com os maiores resgates.
As denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas pelo Disque 100 e por meio do Sistema Ipê.