Solano foi poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante do Movimento Negro e do Partido Comunista do país
Texto / Redação | Imagem / Reprodução | Edição / Pedro Borges
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Há 46 anos, o país dava adeus a Francisco Solano Trindade. O poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante do Movimento Negro e do Partido Comunista nasceu em Recife (Pernambuco), em 1908, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1974, aos 65 anos.
No ano de 1934 idealizou o I Congresso Afro-Brasileiro no Recife e participou, em 1936, do II Congresso Afro-Brasileiro em Salvador (Bahia).
Em 1944, durante o governo de Getúlio Vargas, Solano publicou o seu livro “Poemas de uma Vida Simples”. Devido a um dos poemas do livro, “Tem Gente com Fome”, o poeta foi preso, perseguido e o livro apreendido.
No ano seguinte, ao lado de Abdias do Nascimento, constituíram o Comitê Democrático Afro-brasileiro, que se estabeleceu como o braço político do Teatro Experimental do Negro (TEN), liderado por Abdias.
Embora participasse de muitas atividades junto ao TEN, no ano de 1950 Solano fundou, ao lado de sua esposa Margarida Trindade e do intelectual Édson Carneiro, o Teatro Popular Brasileiro (TPB), grupo com sede na UNE. O elenco era formado por operários, domésticas e estudantes e tinha como temática e inspiração algumas das principais manifestações culturais brasileiras, como o bumba-meu-boi, os caboclinhos, o coco e a capoeira.
Em finais da década de cinquenta, Solano resolve fixar as atividades do Teatro Popular Brasileiro na cidade de São Paulo, na tentativa de aproveitar a intensa vida cultural da cidade. Neste período muda-se para Embu das Artes, onde passou a maior parte de sua vida, e lançou o seu livro “Cantares do Meu Povo”.
Os livros lançados por ele foram: “Poemas de uma Vida Simples”, 1944, “Seis Tempos de Poesia”, 1958 e “Cantares ao meu Povo”, 1961. Como ator, participou dos filmes “Agulha no Palheiro” (1955), “Mistérios da Ilha de Vênus” (1960) e “O Santo Milagroso” (1966).
Trabalhou também como artista plástico, pintando quadros a óleo, sendo que uma obra do artista hoje faz parte do acervo do Museu Afro Brasil.
O artista adoeceu no início da década de 70, sofrendo de pneumonia e arteriosclerose, e faleceu em 20 de fevereiro de 1974.