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Frente Nacional TransPolítica quer garantir representatividade para populações LGBTQIA+

Movimento fundado oficialmente neste Dia internacional do Orgulho LGBTQIA+ visa garantir o pleno exercício do cargo e uma atuação qualificada em defesa dos direitos destas populações; a frente conta com cerca de 30 integrantes pluripartidáries 

Texto: Victor Lacerda I Edição: Lenne Ferreira I Imagem: Reprodução

Parlamentares de todo país oficializam a 1ª Frente Nacional TransPolítica nesta segunda-feira (28)

28 de junho de 2021

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, mandatas e organizações político-sociais anunciam oficialmente a criação da 1ª Frente Nacional TransPolítica. O movimento pretende reunir parlamentares trans e travestis eleitas no país e os movimentos sociais organizados para garantir o pleno exercício do cargo e uma atuação qualificada em defesa dos direitos das populações LGBTQIA+. A promoção da frente contou com a articualação da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). 

Entre os objetivos apresentados pela organização estão a necessidade de prevenir e educar para o enfrentamento do preconceito, discriminação e violência motivados por orientação sexual e/ou identidade de gênero, reconhecendo interseccionalidas, como também a promoção dos direitos sociais, a fim de garantir que pessoas LGBTQIA+ sejam atendidas pelas políticas públicas. 

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Incentivar, apoiar e qualificar a participação de pessoas trans e travestis enquanto agentes políticos, com atenção especial a atuação regional e nos interiores também integra a agenda de pautas a serem trabalhadas nos próximos anos. 

Um vídeo institucional foi usado para o lançamento oficial da frente na manhã desta segunda-feira, tendo a fala de todes parlamentares componentes da organização neste ano. A co-veradora de São Paulo, Carolina Iara (PSOL), abriu o lançamento falando sobre a importância da organização entre as mandatas. “É muito importante essa unificação de táticas e plano de ação para que a gente possa ter o mínimo de coesão entre nós para os enfrentamentos e as lutas que estão por vir. Assim, poderemos saber melhor quais políticas e pautas estão sendo colocadas pelas outras mandatas trans, ao mesmo tempo que a gente consegue coordenar enfrentamentos contra ataques que são nacionais”, declarou a parlamentar.

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“São com essas articulações que a gente conta. É com essa forma de atuar cotidianamente que nós vamos contar daqui para frente. Dizer dessa importância pluripartidária de criar um mecanismo como esse, onde diversas mandatas irão debater e encaminhar propostas para que a gente possa avançar na conquista e na garantia dos direitos para a população trans”, complementou a presidenta da ANTRA, Keila Simpson. 

Antes do lançamento oficial, ainda este mês, a ANTRA havia liberado em suas redes sociais um manifesto explicando as denúncias e objetivos vindos juntamente à criação da organização parlamentar. “Se outrora nossa denúncia apontava para uma omissão por parte do estado quanto às políticas públicas LGBTQIA+, hoje o que vemos é uma instrumentalização da LGBTQIA+FOBIA como parte de um projeto de governo”, declarou a organização em uma de suas justificativas. 

Nomes de parlamentares como Linda Brasil (SE), Lins Robalo (RS) Erika Hilton (SP), Benny Briolly (RJ), Duda Salabert (MG) e Erica Malunguinho (SP) integram a lista com quase 30 integrantes que compõem a frente e o manifesto pela continuidade do exercício de políticas públicas voltadas à população trans e travesti. 

DOSSIÊ DE ASSASSINATOS CONTRA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS 

Dados parciais de 2021, também apresentados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais, indicam que assassinatos contra pessoas trans estão acontecendo mais precocemente, contra vítimas cada vez mais jovens e com maior violência, e seguem com números altos apesar da pandemia, como já havia sido denunciado em 2020.

No ano anterior, a organização encontrou um número recorde de assassinatos contra travestis e mulheres trans no país. Ao todo, 175 casos foram mapeados contra 44 nos Estados Unidos. Já em 2021, nos quatro primeiros meses, enquanto nos EUA foram 19 pessoas trans assassinadas, no Brasil foram 56 assassinatos, sendo 54 mulheres trans/travestis e 2 homens trans/transmasculinos.

Mais dados deste dossiê estão disponíveis através do link.

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