Uma passista mirim da escola de samba Portela, de apenas oito anos, tornou-se alvo de ataques racistas após a publicação de um vídeo em que ela aparece sambando durante um ensaio de rua. O caso ganhou repercussão após a família da menina denunciar os insultos, e a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o crime, registrado como injúria racial.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) já recebeu a denúncia. A advogada Larissa Melo publicou, em suas redes sociais, uma foto junto da vítima segurando o boletim de ocorrência, reforçando que o caso será levado até o fim.
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Mobilização e solidariedade
O episódio gerou indignação e comoção dentro e fora da Portela. A rainha da escola, Bianca Monteiro, foi uma das primeiras a prestar apoio publicamente.
“Aqui, o racismo não tem vez. No nosso quilombo, Portela, seguimos firmes na luta contra o preconceito. Juntos, somos mais fortes. Não ao racismo!”, disse em suas redes.
A Portela, uma das mais tradicionais escolas de samba do Brasil, também se posicionou com firmeza. Em nota oficial, a agremiação repudiou os ataques e destacou sua origem na luta do povo negro do subúrbio carioca.
“Se a prática racista é um ato desumano que não pode ser tolerado, a agressão de cunho racial a uma criança precisa de uma resposta de todos que minimamente prezam pelos valores civilizatórios mais básicos. Aproveitamos para informar que o departamento jurídico da agremiação foi acionado e tomará as atitudes necessárias para que os responsáveis respondam pelos seus atos. Racismo não é liberdade de expressão. É crime!”, destacou a nota.
A Portela informou que dará apoio jurídico à família da vítima. A injúria racial, como registrado neste caso, é um crime inafiançável e imprescritível no Brasil, com pena prevista de dois a cinco anos de reclusão.