Segundo a pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivência das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, cerca de nove a cada dez mulheres acreditam que o feminicídio aumentou nos últimos cinco anos.
O estudo do Instituto Patrícia Galvão, realizado com o apoio do Ministério das Mulheres, foi viabilizado através de emenda parlamentar da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) e ouviu 1.353 mulheres a partir de 18 anos.
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Além da percepção coletiva do aumento da violência de gênero no país, cerca de 60% das entrevistadas creem que a alta nos casos de feminicídio é intensificada pela sensação de impunidade.
Para 32% das participantes, o machismo e outras violências contra mulheres são os fatores que contribuem para esse aumento.
Percepção da impunidade dos agressores
A insegurança com a impunidade também foi um dos destaques do levantamento. Apenas 20% das mulheres ouvidas acreditam que os agressores são presos e condenado.
Oito em cada dez mulheres acreditam que as forças policiais não acreditam na seriedade das ameaças e riscos sofridos por elas.
A ampla maioria das entrevistadas (96%) também concorda que só medida protetiva não é suficiente, se o agressor não respeitar a imposição judicial e a polícia não garantir a segurança da vítima.
Além disso, 93% das participantes apontam que as mulheres se sentiriam mais seguras para denunciar as ameaças de morte se tivessem apoio do Estado.
O relatório da Rede de Observatórios da Segurança indicou que uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 15 horas no Brasil em 2023, onde a maioria foi cometido por parceiros ou ex-parceiros. O total de 586 casos demonstra um salto de 22,04% em relação a 2022.