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Pesquisadores negros da USP reivindicam ampliação de ações afirmativas

Na presença de Sueli Carneiro, pesquisadores bolsistas negros solicitaram continuidade em programa de ação afirmativa para o pós-doutorado da USP
A foto mostra o encontro de pós-doutorandos negros da USP.

Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

3 de junho de 2024

Em encontro realizado no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), o coletivo formado por bolsistas do Programa de Pós-Doutorado para Pesquisadoras e Pesquisadores Negros da USP solicitou a ampliação e a institucionalização da políticas de ações afirmativas para o pós-doutorado.

O programa foi criado para fomentar o ingresso de docentes negros e indígenas nas universidades públicas. O edital garantiu o pagamento de até 50 bolsas de pós-doutorado por 12 meses, mas, de acordo com os pesquisadores, sua continuação é incerta.

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Na ocasião, foi entregue uma carta assinada pela Coligação dos Coletivos Negros da USP, que reúne 32 entidades de todos os campus da universidade. No documento, os estudantes solicitam mais tempo para trabalhar nas pesquisas e uma aplicação mais abrangente do programa.

Dados do Anuário Estatístico da USP apontam para 23% de graduandos pretos, pardos ou indígenas no ano de 2023. No entanto, não há informações precisas sobre os indicadores raciais no pós-doutorado e pós-graduação. Entre os professores, apenas 2,39% da categoria são pretos, pardos ou indígenas. 

O evento contou com a presença da escritora e ativista antirracista Sueli Carneiro, que citou a diferença na presença de alunos negros na universidade em comparação com sua época de estudante, no qual considerou como “espetáculo de diversidade”. 

A escritora evidenciou que esse contraste, no entanto, não ocorre entre os docentes da instituição.

 “Foi o que as cotas fizeram, o que a luta por ações afirmativas construiu, transformar o campus universitário nesse espetáculo de diversidade que a gente pode desfrutar nesse momento. Sei perfeitamente que, se esse espetáculo é absolutamente evidente no corpo discente, no corpo docente ele não se realiza”, concluiu.

Em entrevista ao Jornal da USP, a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento da USP, Ana Lúcia Duarte Lanna, indicou que os relatórios apresentados serão encaminhados para avaliação da instituição. “Nós vamos avaliar, em função dos resultados e das disponibilidades da USP, as possibilidades e os formatos de uma continuidade de ação nesse sentido”, explicou.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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