Um estudo da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, na sigla em inglês), expôs que quase metade das pessoas negras na União Europeia (UE) afirma ser vítima de racismo. As afirmações são baseadas na discriminação observada na procura de emprego e de moradia.
Segundo o documento intitulado “Ser Negro na UE“, 45% dos entrevistados declararam terem sido vítimas de racismo nos cinco anos anteriores à sondagem. Em 2016, quando o último relatório foi publicado, 39% denunciaram a mesma situação.
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“É chocante não ver nenhuma melhora desde a nossa última pesquisa, em 2016”, comentou o diretor da agência, Michael O’Flaherty, citado em um comunicado.
Quase 6.800 imigrantes de ascendência africana — aqueles nascidos em um país subsaariano, ou com pelo menos um dos pais originário desta região do mundo — foram entrevistados para este estudo realizado entre outubro de 2021 e outubro de 2022, em 13 países da UE.
O relatório expõe que mais de 30% das pessoas denunciaram ter sofrido discriminação e injustiças no mercado de trabalho e 58% dos entrevistados detidos consideram que a cor de sua pele teve relação com o ocorrido.
A maioria dos entrevistados que foram violentados pelo racismo (61%) revelam sofrer de depressão e/ou ansiedade desencadeadas pelas experiências negativas. Cerca de 22% deste grupo temem sair de casa ou visitar espaços públicos.
A Alemanha e a Áustria se destacam negativamente nos resultados. Cerca de 64% dos entrevistados disseram ter sofrido discriminação racial no período analisado pelo levantamento nos dois territórios, o dobro da média europeia. Na pesquisa de 2016, 33% dos imigrantes na Alemanha afirmaram sofrer racismo. Em seis anos, o número dobrou.
A FRA pediu que os países membros da União Europeia tomem medidas para diminuir o racismo, incluindo a aplicação adequada da lei antidiscriminação, a identificação e punição de crimes de ódio, além da prevenção e erradicação da discriminação institucional, como, por exemplo, dentro da polícia.