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Portugal nega ações de indenização a ex-colônias

Parlamentares acusam presidente de traição; governante volta a responsabilizar o país
A imagem, em preto e branco, envelhecida, mostra um grupo de pessoas negras no período da escravidão.

Foto: Rui Santos/Domínio Público

29 de abril de 2024

Dois dias após o presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa dizer que o pais é resposável por escravidão e violência contra indígenas no Brasil, o governo português negou a existência de programas de reparação histórica à ex-colônias. 

Em nota emitida pela Presidência do Conselho de Ministros, o país afirma que “as relações do povo português com todos os povos dos Estados que foram antigas colônias de Portugal são verdadeiramente excelentes, assentes no respeito mútuo e na partilha da história comum”. 

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Como exemplo de iniciativas de reparação, o governo português destacou ações culturais. Em Angola, financiou a criação do Museu da Luta de Libertação Nacional; em Cabo Verde, a musealização do campo de concentração do Tarrafal; em Moçambique, a recuperação da rampa dos escravos na Ilha de Moçambique.

O jornal português Público informou que a fala de Rebelo de Sousa foi debatida entre parlamentares da Aliança Democrática (AD), uma coalizão de centro-direita que governa atualmente o país. O líder do partido Chega definiu o ato como uma “traição” do presidente.

O presidente reforçou que o cancelamento de dívidas e a facilitação da mobilidade de cidadãos são algumas das possíveis formas de compensação às ex-colônias.

Segundo ele, Portugal não pode colocar a responsabilidade debaixo do tapete ou na gaveta. Para o presidente, o país tem a obrigação de liderar o processo de reparação, o que não se resume ao pagamento de indenizações e usou o exemplo de que há 50 anos, o país deu início a processos de perdão de dívidas de ex-colônias, além de linhas de crédito, financiamentos e outros programas vinculados.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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