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Portugal sugere reparação ao Brasil após assumir culpa de escravidão e genocídio indígena

O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa disse que o país deveria se retratar dos crimes, mas não detalhou como o faria
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, sorri durante a cerimônia de tomada de posse do novo Primeiro-Ministro português, Luis Montenegro, do XXIV Governo Constitucional, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, a 2 de abril de 2024.

Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP

24 de abril de 2024

Durante as comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu publicamente que o país é culpado de cometer crimes contra africanos escravizados, povos indígenas e por bens saqueados no Brasil na era colonial. A declaração foi feita na terça-feira (23) em um jantar com correspondentes estrangeiros. 

De acordo com a agência Reuters, o chefe do executivo português sugeriu que o país pague pelos danos causados ao Brasil ao longo da história. No entanto, ele não especificou de que maneira o país poderia seguir com uma possível reparação.

O presidente português disse que Portugal tem que pagar os custos da escravidão, pois as ações não tiveram punições, os responsáveis não foram presos, os bens saqueados não foram devolvidos e que o país poderia reparar isso. 

Durante as celebrações do evento no ano passado, Marcelo Rebelo recebeu o presidente  brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmou que Portugal devia desculpas ao Brasil e assumir o papel de responsabilidade pelo comércio de escravizados. Essa foi a primeira vez que uma autoridade portuguesa sugeriu uma possível retratação. 

No discurso Sousa disse que “pedir desculpas é a coisa mais fácil de fazer”, já que é só falar, virar as coisas e seguir trabalhando. Na época, o político ainda destacou que Portugal deveria assumir a responsabilidade de construir um futuro melhor.

Em mais de 500 anos os países europeus capturaram e traficaram mais de 12,5 milhões de escravizados. Em Portugal, homens, mulheres e crianças de Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Timor Leste foram submetidos ao domínio das tropas, e eram uma das principais fontes de renda do país.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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