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Programa Estação Livre é suspenso pela TV Cultura

Programa tinha foco na promoção da diversidade e debates sobre racismo na televisão aberta.
Da esquerda para a direita: o pesquisador Vinão, a apresentadora Cris Guterres, e a escritora Rosane Borges, no cenário do programa Estação Livre, que discute questões da população negra na TV Cultura

Foto: João Britto/Divulgação

15 de setembro de 2024

No ar desde abril de 2021, o programa televisivo Estação Livre foi retirado do ar pela direção da TV Cultura. A equipe do programa afirma que a decisão foi justificada por uma crise financeira da Fundação Padre Anchieta, que mantém o canal.

Em nota enviada à Alma Preta, a equipe do Estação Livre relata que outros sete programas da grade também foram suspensos. São eles: Negros Em Foco; Balaio; Brasil, Mostra a Tua Cara; Entrelinhas; Giro Econômico; Legião Estrangeira e Na Cadência do Samba — este último ainda em fase de produção.

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Ainda segundo o comunicado, a emissora alega que a suspensão é motivada por uma crise financeira enfrentada pela Fundação Padre Anchieta, que financia e administra a TV Cultura. A fundação é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo criada em 1969 e mantida principalmente com financiamento público paulista.

No caso específico do Estação Livre, sete profissionais foram dispensados: a apresentadora Cris Guterres, a coordenadora de produção Ingrid Mabelle, a pauteira Adna Matias, os videorrepórteres Lucas Veloso e Rodney Suguita e as assistentes de produção Bruna Hernandes e Cynthia Damião (seis desses profissionais são negros).

Há apenas mais um último programa gravado do Estação Livre a ser exibido. Abordando a temática de Artes Cênicas, o programa vai ao ar na sexta-feira (20). Depois disso, programas antigos serão reprisados até dezembro. O comunicado da dispensa foi feito aos funcionários logo após a gravação dos dois últimos programas, em 4 de setembro.

À equipe, foi afirmado que a TV Cultura espera recuperar sua estabilidade financeira nos próximos meses e reintegrar os profissionais a partir de janeiro. Apesar disso, os profissionais acreditam que esse é um cenário “improvável”.

Desde abril de 2021, o Estação Livre teve 162 programas produzidos. O foco do programa sobre a população negra levou ao programa diversos nomes importantes como a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a escritora Conceição Evaristo, a filósofa Djamila Ribeiro, os rappers Dexter e MV Bill, a
pesquisadora Carla Akotirene, a advogada e militante Leny Blue, a educadora Érica Malunguinho, a atriz Viola Davis, a cantora Luedji Luna, o cineasta Joelzito Araújo, o ator Ailton Graça, a médica Jurema Werneck, a psicóloga Cida Bento e o escritor Jefferson Tenório.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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