Um levantamento realizado pela Coordenação Nacional da Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) aponta que 15 das 170 comunidades quilombolas existentes no Rio Grande do Sul estão em estado de completo isolamento devido às enchentes.
Ao todo, cerca de 6,8 mil famílias quilombolas foram afetadas pelas chuvas no estado. Nos locais isolados, só é possível chegar de barco ou helicópteros. Nas comunidades que não estão totalmente isoladas, o acesso segue dificultado pelos danos nas estradas. Muitas famílias que perderam suas casas estão alojadas em casas de parentes ou amigos.
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À Agência Brasil, o coordenador da Conaq na Região Sul, Alex Borges, contou que a chuva continua volumosa nas regiões. Alex é do Quilombo Armada, em Canguçu (RS), e explica que há dias em que a energia não funciona, e quando funciona, o fornecimento não é estável. A condição das estradas dificulta a chegada das doações nos locais.
As enchentes também impediram que a comitiva quilombola gaúcha participasse da Marcha Aquilombar 2024, um dos maiores eventos quilombolas do Brasil, realizado em Brasília (DF) nesta semana.
No início do mês, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) que as famílias quilombolas, ciganas e de terreiros impactadas pelas chuvas fossem priorizadas na distribuição de alimentos nas ações emergenciais do estado.
De acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado na quinta-feira (16), 151 mortes foram confirmadas em todo o Rio Grande do Sul. Até o momento, são 106 desaparecidos e 806 pessoas feridas em decorrência das enchentes. Estima-se que ao menos 20,95% da população gaúcha tenha sido atingida de alguma forma pelas consequências dos temporais.