Na manhã ensolarada deste sábado (24), por volta das 10h30, ativistas, líderes políticos, sindicalistas, organizações sociais e manifestantes tomaram uma das principais vias do Recife, a Avenida Conde da Boa Vista. O quarto ato ‘Fora Bolsonaro’, que critica a gestão do atual presidente, em especial em relação à pandemia, seguiu pacífico.
A manifestação teve concentração na Praça do Derby e foi acompanhada por um trio elétrico, de onde ativistas fizeram discursos que criticavam a negligência do governo federal com a saúde e no enfrentamento à fome durante a crise de Covid-19.
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Os manifestantes proferiam palavras de ordem como “Fora, Bolsonaro!”, “Bolsonaro Genocida” e “Cadê a vacina?”.
O ativista Jackson Augusto, do Movimento Negro Evangélico, marcou presença no ato #24JForaBolsonaro na manhã deste sábado. Para ele, as manifestações dão um recado de que a população não vê mais com naturalidade a situação que atinge o país – que está prestes a bater a marca de 550 mil mortos pela Covid-19.
“Por tudo que está acontecendo, a população se sente abandonada. Tudo isso traz um sentimento não só de insegurança, mas de insatisfação, de indignação. Estamos vendo o que está acontecendo na CPI na Covid: fomos praticamente assaltados a céu aberto, à luz do dia. Nossas vidas foram negociadas a preço de um dólar por dose. A gente não pode ficar mais em casa porque, pelo visto, Bolsonaro está matando mais que o vírus”, acredita o jovem.
Já Verônica Santos, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, vê, com a população na rua, esperança para a construção de um novo país. “Estamos aqui na rua para dizer que temos um projeto político, e o nosso projeto político vem das mulheres negras organizadas, que dizem que vidas negras importam. Todo brasileiro e brasileira deve vir para a rua derrubar esse homem que nos tira todos os dias a esperança de um país melhor”, afirma.
Estiveram presentes nas ruas da capital pernambucana organizações como a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, a Coalizão Negra Por Direitos, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), a Rede de Mulheres Negras de Terreiro, o Movimento Negro Evangélico, o MTST, a União dos Estudantes Pernambucanos, o Levante Popular e a Articulação Negra de Pernambuco.
O trânsito foi fechado em toda a avenida, mas a demanda de carros não chegou a ser expressiva. O protesto chegou a impedir a passagem dos ônibus, por ser em uma via central e cheia de paradas.
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