PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

‘Servem comida crua’, imigrantes denunciam discriminação em abrigos do RS

Cerca de 41 mil estrangeiros da Venezuela, Haiti e Cuba vivem no Rio Grande do Sul
A imagem mostra uma pessoa negra, sentada no chão de um dos abrigos do Rio Grande do Sul.

Foto: César Lopes/PMPA

17 de maio de 2024

Imigrantes haitianos e venezuelanos têm denunciado casos de xenofobia e discrminação em abrigos que acolhem as vítimas das cheias que atingem o Rio Grande do Sul. O estado gaúcho tem cerca de 46 mil refugiados, a maioria é da Venezuela e do Haiti — 29 mil e 12 mil, respectivamente —, seguidos pelos cubanos com 1,3 mil, de acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

De acordo com informações da Agência Brasil, os imigrantes têm recebido tratamento diferente dos demais desabrigados. A presidente da  Associação dos Haitianos no Brasil, Anne Milceus Bruneau, mora no Brasil há sete anos e atua em um dos abrigos da Zona Norte de Porto Alegre. Segundo disse ela à Agência Brasil, refeições cruas ou mal preparadas são entregues aos estrangeiros. A situação estaria sendo mais grave para crianças.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A falta de água para haitianos e venezuelanos também é parte da denúncia da presidente da instituição, assim como o descaso com a higiene pessoal dos estrangeiros, que recebem apenas uma escova de dentes por família, ainda segundo Bruneau. Ela diz ainda que roupas em condições ruins são entregues aos imigrantes. 

A instituição internacional, por meio de Silvia Sander, oficial de proteção da Acnur, informou que os casos de xenofobia e discriminação não são casos isolados. Segundo ela, a situação ainda pode se agravar, na medida em que os espaços de acolhimento permanecem de forma improvisada. Conflitos ou riscos de violações dos direitos humanos também podem crescer.

As fortes chuvas que caem no RS obrigaram 614 mil pessoas a deixarem suas casas no estado, sendo 77 mil em abrigos e outras 538 mil desalojadas, em casas de parentes ou amigos, segundo último boletim da Defesa Civil divulgado ao meio dia desta quinta-feira (16).

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano