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Somente 25% da população LGBTQIAPN+ conseguiu emprego formal em 2023, diz estudo

Pesquisa aponta que apenas uma em cada quatro pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ conseguiu emprego de carteira assinada no ano passado
Imagem mostra uma vendedora ambulante segurando duas bandeiras da comunidade LGBT

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

4 de setembro de 2024

Uma pesquisa realizada pelo Fundo Positivo, em colaboração com o Instituto Matizes, revelou que apenas uma em cada quatro pessoas LGBTQIAPN+ conseguiu um emprego com carteira assinada em 2023. Ou seja, apenas 25% dos participantes captados por organizações que participaram da pesquisa e desenvolvem ações de empregabilidade ou geração de renda conseguem manter um emprego formal ou sustentar um empreendimento por mais de 12 meses.

Intitulado “Inclusão Econômica e Geração de Renda da População LGBTQIA+ no Brasil: Desafios, Iniciativas e Financiamentos”, a pesquisa, realizada entre 2023 e 2024, oferece uma visão abrangente das barreiras enfrentadas por essa comunidade no mercado de trabalho e no empreendedorismo.

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Os dados expõem o número de projetos direcionados à geração de emprego e renda para a população LGBTQIAPN+, o que representa 63% entre 2021 e 2023. Apesar dos esforços das organizações sociais, o mercado de trabalho formal ainda encontra dificuldades para absorver essa mão de obra qualificada.

A sustentabilidade financeira dos projetos também é um ponto crítico. A pesquisa indica que 69,2% das organizações relatam dificuldades em captar recursos, e quase metade nunca recebeu apoio financeiro. Apenas 68,1% das iniciativas contam com financiamento externo, o que evidencia a necessidade de maior comprometimento por parte de empresas e do governo para garantir a sustentabilidade das ações de inclusão econômica.

As iniciativas de inclusão econômica dão prioridade à população trans, que enfrenta altos índices de exclusão econômica devido ao preconceito: 51% dos projetos atendem mulheres trans, 49% travestis e 39% homens trans.

Apesar dos desafios, o estudo ressalta que há um movimento significativo de projetos de inclusão econômica liderados pela própria comunidade LGBTQIAPN+. Esses projetos se concentram principalmente em treinamento profissional e cursos de empreendedorismo, sendo que 77,9% das iniciativas oferecem qualificação profissional e 51,9% incluem formação em empreendedorismo.

Entre os principais desafios para a inserção dessa comunidade na economia, 45,2% das organizações apontam a falta de apoio governamental. Além disso, 42,3% ressaltam a necessidade de maior engajamento da iniciativa privada. O surgimento de novas vagas afirmativas e a implementação de políticas inclusivas são mencionadas como estratégias com efeito positivo para efetivar a inclusão econômica da população LGBTQIA+ no mercado formal.

Somente 30,4% dos projetos voltados para a inclusão econômica e produtiva para a população LGBTQIAP+ são financiados por editais do poder público. A iniciativa privada financia 49,3% desses projetos, enquanto 29% são representados por captações e doações de empresas e organizações sociais.

De acordo com o Fundo Positivo e o Instituto Matizes, as informações reveladas expõem a necessidade da criação de políticas públicas mais eficazes, mas também inspiram iniciativas privadas a contribuir de forma mais significativa para a promoção da justiça econômica.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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