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Terreiro de Xambá é alvo de racismo religioso de evangélicos em Olinda

Babalorixá Ivo de Xambá destaca importância do respeito aos credos e da liberdade religiosa após episódio de ataques a religiões de matriz africana pelo o estado pernambucano
Imagem do Terreiro de Xambá, em Olinda (PE). O local foi alvo de racismo religioso denunciado pelo babalorixá Ivo de Xambá, no último dia 19 de janeiro. A Polícia Civil investiga o caso.

Imagem do Terreiro de Xambá, em Olinda (PE). O local foi alvo de racismo religioso denunciado pelo babalorixá Ivo de Xambá, no último dia 19 de janeiro. A Polícia Civil investiga o caso.

— Reprodução/Prefeitura de Olinda

27 de janeiro de 2025

O babalorixá Ivo de Xambá, líder do quase centenário Terreiro de Xambá, em Olinda, município de Pernambuco, denunciou à polícia atos de racismo religioso praticados por pessoas da igreja Assembleia de Deus no último dia 19 de janeiro. Durante a celebração do Toque de Obaluaiê, frequentadores foram alvo de ofensas verbais enquanto um grupo de aproximadamente 100 evangélicos tentou realizar um culto em frente ao terreiro.

De acordo com a denúncia, o grupo usou carro de som, microfones, faixas e instrumentos, o que gerou constrangimento e interrompeu a cerimônia no espaço, reconhecido como Patrimônio Vivo de Pernambuco.

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Convite à união pela liberdade religiosa

Nas redes sociais, o Terreiro de Xambá publicou um comunicado condenando os ataques e convocou um ato público pela liberdade religiosa no último domingo (26). 

“A paz entre os povos, credos, raças, etnias e religiões é o nosso grande objetivo. Convidamos as comunidades de axé, cristãos, muçulmanos, movimentos sociais e todos que lutam pela democracia e liberdade de culto a celebrarem a paz e reivindicarem o cumprimento do artigo 5º da Constituição Federal”, declarou o babalorixá Ivo.

Ivo também destacou a relevância histórica e cultural das religiões de matriz africana no Brasil. 

“Os negros não trouxeram religião para o Brasil; trouxeram espiritualidade sociocultural. Noventa por cento da cultura que existe neste país saiu de dentro do candomblé: o samba, a capoeira, o maculelê, a ciranda, o coco”, afirmou.

Um boletim de ocorrência foi registrado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife, e a Polícia Civil investiga o caso.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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