PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Território brasileiro pegou fogo em um a cada quatro hectares nos últimos 40 anos

O Cerrado e a Amazônia são os principais biomas atingidos, seja de origem natural ou provocada pelo homem
Imagem mostra um brigadistas do Ibama durante operação para combater incêndios na Amazônia.

Foto: Flickr / Ibama

19 de junho de 2024

Quase um quarto do território brasileiro pegou fogo, ao menos uma vez, no período entre 1985 e 2023. A cifra representa um total de 199,1 milhões de hectares, o equivalente a 23% da extensão territorial brasileira. Para efeito de comparação, cada hectare é pouco maior que um campo de futebol.

Os dados obtidos por meio da análise de imagens de satélite fazem parte do estudo que analisa os padrões das queimadas e incêndios no território brasileiro divulgado nesta terça-feira (18) pelo MapBiomas Fogo. A rede envolve universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Conforme aponta a pesquisa, 68,4% da área atingida por incêndio era vegetação nativa, enquanto 31,6% tinha presença da atividade humana, notadamente a agropecuária. O Cerrado e a Amazônia são os principais biomas vítimas da ação do fogo, seja de origem natural ou provocada pelo homem. Juntos, eles somam 86% da área queimada.

O levantamento também mostra que cerca de 65% da área afetada pelo fogo foi queimada mais de uma vez entre 1985 e 2023. Nesse período, a cada ano, em média 18,3 milhões de hectares são afetados pelo fogo, um território equivalente a uma área pouco menor que o estado de Sergipe.

Além disso, quase metade (46%) da área queimada está concentrada em três estados: Mato Grosso, Pará e Maranhão. De cada 100 hectares queimados, 60 são em territórios particulares. Os três municípios que mais queimaram nesse período foram Corumbá (MS), no Pantanal, São Félix do Xingu (PA), na Amazônia, e Formosa do Rio Preto (BA), no Cerrado.

Do total da área queimada ao menos uma vez no país, o estudo do Map Biomas mostrou que 44% ficam no Cerrado. São 88,5 milhões de hectares, que representam quase o tamanho total de Mato Grosso. Segundo bioma mais afetado, a Amazônia teve 82,7 milhões de hectares queimados ao menos uma vez. A extensão representa um quinto (19,6%) do bioma amazônico.

Sobre o período do ano de maior queimada, a pesquisa mostra que, a estação seca, entre julho e outubro, concentra 79% das ocorrências de área queimada no Brasil, sendo que setembro responde por um terço do total.

O bioma que mais queimou proporcionalmente a sua área foi o Pantanal, com 9 milhões de hectares. Embora seja apenas 4,5% do total nacional, essa extensão representa 59,2% do bioma. Por mais que seja adaptado ao fogo, o Pantanal enfrenta incêndios intensos, principalmente devido às secas prolongadas.

Além de danificar a cobertura vegetal que, entre outras consequências, altera o equilíbrio ambiental, as queimadas são importantes fontes contribuidoras para o efeito estufa, uma vez que liberam o carbono armazenado na biomassa para a atmosfera na forma de gás carbônico (CO²).

Com informações da Agência Brasil.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano