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Uso de medicamentos psiquiátricos cresce 30% no Brasil desde o início da pandemia

O uso excessivo de medicamentos controlados pode causar dependência e desequilíbrio de funções cerebrais
Imagem mostra uma cartela de remédios psiquiátricos cor de rosa.

Foto: Reprodução

29 de dezembro de 2023

A venda de medicamentos psiquiátricos disparou no Brasil desde o início da pandemia de covid-19. O consumo de remédios para ansiedade cresceu cerca de 10% entre 2019 e 2022; sedativos, usados para dormir, aumentaram 33% e antidepressivos tiveram salto de 34% nas vendas, de acordo com os dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos.

Um dos fatores associados ao aumento do uso desses medicamentos seria a automedicação. Em entrevista publicada pela Agência Brasil, o psiquiatra e professor aposentado da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Juberty Souza, afirmou que antes da pandemia já havia um aumento no diagnóstico e consumo de medicações para ansiedade e depressão, mas por conta da crise sanitária, isolamento social e mudanças drásticas na vida das pessoas, o fator automedicação se tornou comum.

O psiquiatra alertou para o risco do uso excessivo de medicamentos que podem alterar o equilíbrio do cérebro, causar intoxicação e outros danos à saúde.

Segundo alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), medicamentos controlados só podem ser vendidos com retenção da receita e registro da compra. Em caso de desobediência, pode haver enquadramento de crime de tráfico de drogas.

Em nota, a Anvisa informou que, desde 2021, conta com a ajuda de uma ferramenta de inteligência artificial para monitoramento de publicidade e venda de medicamentos na internet. Mais de 174 mil anúncios irregulares foram retirados do ar, segundo a agência.

Impacto sobre jovens negros

Ainda durante a pandemia do novo coronavírus, uma reportagem publicada pela Alma Preta mostrou que, segundo dados do Google, houve alta de 98% nas buscas sobre angústia, ansiedade e depressão no ano de 2020 quando comparada aos dez anos anteriores.

De acordo com o Ministério da Saúde, depressão, ansiedade, luto e propensão a vícios se mostram mais presentes entre jovens pretos e pardos e a taxa de mortalidade nessa parcela da sociedade é considerada alta quando associada à saúde mental: seis entre dez suicídios são cometidos por adolescentes negros. 

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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