PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Pesquisar
Close this search box.

Violência é a principal memória da infância de homens negros e periféricos, segundo pesquisa

Estudo do Labjaca mostra o universo de nove jovens moradores das favelas do Rio de Janeiro e como os atravessamentos desde a infância atingem a vida adulta 

Texto: Patricia Santos | Foto: Freepik

Imagem mostra um homem negro deitado e com expressão de pensativo, a fim de representar a masculinidades.

Foto: Foto: Freepik

14 de setembro de 2023

Entitulada “Eu quero mais que só sobreviver”: por entre memórias, medos e sonhos de jovens negros de duas favelas cariocas, um estudo sobre masculinidades periféricas, a pesquisa publicada pelo LabJaca visa descrever como homens negros e favelados são vistos socialmente e como é a visão de mundo de cada um a partir da perspectiva e das vivencias de cada um em duas favelas do Rio de Janeiro.

O LabJaca mergulhou no universo de nove jovens moradores das favelas do Jacarezinho e de Manguinhos, no Rio de Janeiro, com idades entre 16 e 29 anos, a fim de compreender de que maneiras a exposição contínua a diferentes marcadores de marginalização social afetaram, além das masculinidades, as trajetórias desses jovens, identificando proximidades entre os diferentes perfis entrevistados.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A pesquisa teve como objetivo abranger a maior diversidade possível de experiências e perfis, incluindo recortes de gênero, raça, idade, moradia, sexualidade, composições familiares, religiões, escolaridades e profissões.

Principais descobertas:

A violência tornou-se parte central das principais memórias de infância desses homens, misturando-se às brincadeiras, amigos, escola e família. A estrutura familiar desses jovens é composta, em grande parte, por mulheres, sendo mães e avós como referência e pilar.

Conviver com a materialização das desigualdades sociais desde a infância faz com que esses jovens sintam-se responsáveis por reverter as faltas vividas por suas famílias e comunidades. Seus sonhos e projetos de futuro envolvem melhorar as condições de vida para seus familiares ou desenvolver projetos voltados para suas favelas.

A falta de estrutura nos territórios periféricos é um dos fatores que invisibiliza o potencial desses jovens, já que eles acreditam que recursos para melhorar as condições de vida estão disponíveis fora das favelas.

A dificuldade de demonstrar emoções e a postura defensiva dos homens negros e das periferias também foram pontos abordados durante as entrevistas e tidos como questões relacionadas à maneira como eles sentem que o mundo lida com suas existências.

O relatório completo oferece uma visão profunda das experiências e aspirações dos jovens negros das favelas de Jacarezinho e Manguinhos, no Rio de Janeiro, mas também oferece insumos para pensar esse perfil em todo o Brasil, com suas diferenças e similaridades regionais.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano