Na segunda-feira (13), a Unibes Cultural, em São Paulo, recebeu a cerimônia de homenagem aos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. A iniciativa inédita foi organizada pelo portal Jornalistas&Cia em parceria com 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação.
O prêmio, que reconhece os profissionais e veículos de comunicação que mais se destacaram na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista, coroou a jornalista Zileide Silva, repórter especial do Jornal Nacional e do Globo Repórter, da TV Globo, como a vencedora da noite. Entre os profissionais premiados, a presença feminina foi o grande destaque, com oito das dez colocações.
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A segunda colocação do prêmio ficou com Maju Coutinho, também da Rede Globo, seguida por Semayat Oliveira, consultora analítica do podcast Mano a Mano e representante do Nós, mulheres da Periferia.
Para completar o ranking, foram homenageados Roberta Garcia (ICL), Tiago Rogero (Projeto Querino), Valéria Almeida (Rede Globo), Silvia Nascimento (Mundo Negro), Pedro Borges (Alma Preta), Flávia Oliveira (O Globo/GloboNews) e Basília Rodrigues (CNN).
O evento também contou com homenagens especiais aos Decana e Decano do Jornalismo Rosane Borges e Flávio Carrança, que receberam o Troféu Luiz Gama por suas trajetórias de quatro décadas no jornalismo de defesa dos direitos humanos e igualdade racial.
A jornalista Rebeca Borges (Metrópoles) recebeu o Troféu Tim Lopes como Revelação do Ano, enquanto o Troféu Glória Maria, que destaca a Personalidade do Ano, teve como vencedor o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
O prêmio contou com duas fases de votação, nas quais os próprios jornalistas e colegas da comunicação corporativa indicaram e elegeram os jornalistas e veículos de comunicação +Admirados do país.
Alma Preta Jornalismo no Top 10
O editor-chefe e co-fundador da agência Alma Preta Jornalismo, Pedro Borges, esteve presente no evento e foi um dos premiados. No seu discurso, o jornalista se mostrou surpreso com a honraria, que classificou como “reconhecimento coletivo”.
“Na verdade, esse reconhecimento pessoal é um reconhecimento coletivo, porque toda ou quase toda a minha trajetória profissional se confunde com a da Alma Preta e com a dos outros coletivos de comunicação, de mídias independentes e mídias negras”, disse.
“Então, acho que, tem um pouquinho de Geledés, tem um pouco do Nós, Mulheres da Periferia, tem um pouco de Mundo Negro, Notícia Preta e Revista Raça. Essa foi um pouco a escolha que eu quis fazer, que é de fazer realmente jornalismo com outros colegas, colegas parecidos e iguais a mim”, compartilhou Borges.
Pedro também agradeceu aos jornalistas que fizeram história como “O Homem de Cor” e “outros jornais da imprensa negra que pavimentaram o caminho para que a gente pudesse desenvolver o nosso trabalho” e apontou as dificuldades de arrecadar financiamento no jornalismo independente. “Mas a gente se sente muito fortalecido de fazer isso ao lado de pessoas que a gente gosta, que a gente tem muita referência.”
“Vamos continuar nas ruas fazendo nossas apurações, sobretudo porque a gente entende que o jornalismo é uma ferramenta de transformação, que a gente precisa com ele, ajudar a acabar com as desigualdades e frear essa violência que recai todo dia contra o nosso povo, independentemente do Estado. Obrigado!”, concluiu.
A cerimônia dos +Admirados Jornalistas Negros e Negros da Imprensa Brasileira está disponível na íntegra no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.