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Artista indígena Auá Mendes realiza 1ª exposição individual em SP

Na série “Sesá Ixé: Olhar Eu”, Auá reflete sua jornada de autodescoberta ancestral; mostra é gratuita e fica disponível para visitação até dezembro
Imagem mostra a obra “Olhar”, de Auá Mendes.

Foto: Divulgação

22 de setembro de 2024

Sob a curadoria de Vera Nunes, a artista indígena Auá Mendes apresenta a série “Sesá Ixé: Olhar Eu”, em São Paulo. Composta por nove obras, a exposição explora o universo dos sonhos e proporciona uma jornada poética de autodescoberta ancestral. Esta é a primeira exposição individual de Auá, que já participou de mais de dez mostras coletivas. 

As criações utilizam técnicas mistas e a paleta de cores, especialmente o tom azul predominante, reflete a identidade artística de Auá, em um diálogo profundo com suas histórias e essência.

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“Minha arte é inspirada na minha ancestralidade e na forma como isso se reflete na minha identidade. As cores e elementos que utilizo influenciam os sonhos e o inconsciente, dialogando com a cultura do meu povo e nossos antepassados. Estou muito feliz em realizar minha primeira exposição em um espaço que valoriza a cultura com uma perspectiva política e social”, compartilha Auá Mendes.

As obras, como “Olhar” e “Uwatá se píri Tupanawasú: A grande deusa anda comigo”, estarão em exibição até 4 de dezembro na sede da Ação Educativa, na região central da cidade. A mostra faz parte da 14ª edição do Encontro Estéticas das Periferias, que destaca as culturas indígenas e nordestinas nas periferias de São Paulo. 

“A exposição da Auá está totalmente alinhada com a proposta do nosso espaço, que já recebeu exposições de grandes nomes da arte”, afirma Raquel Luanda, Supervisora do Centro de Eventos da Ação Educativa.

Reconhecida na arte contemporânea, Auá já deixou sua marca em várias cidades por meio da arte urbana. Em São Paulo, ela criou a obra “Ãgawara-itá mukatúru: As encantadas protegem” no bairro do Bixiga, em parceria com o MAR (Museu de Arte de Rua), que explora a espiritualidade dos povos originários e a proteção da grande Deusa. 

No norte do Brasil, em Belém, capital do Pará, ela foi responsável pela primeira empena da cidade, colorindo a área do Ver-o-Peso com a obra “Ixé Maku: Eu Ancestral”, que representa uma jornada poética de autodescoberta e fez parte da Bienal das Amazônias.

“Como curadora de arte, meu objetivo é garantir que os museus reflitam a diversidade da sociedade brasileira, que inclui mulheres, negros, indígenas e outros grupos historicamente marginalizados nos espaços de arte e cultura. Auá representa essa diversidade e suas obras são repletas de identidade. Ela traz uma cosmologia essencial para o momento atual que vivemos”, comenta Vera Nunes, curadora da exposição.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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