O Projeto Afro Memória publicou a primeira edição dos Cadernos Afro Memória. O caderno foi construído a partir do acervo documental de Milton Barbosa, militante e um dos fundadores do Movimento Negro Unificado (MNU). Em 2022 o MNU completou 44 anos.
Os Cadernos são parte do Projeto Afro Memória, que promove o resgate, preservação e difusão da memória de intelectuais, ativistas e organizações do ativismo negro brasileiro. A publicação busca difundir registros históricos do movimento negro e enegrecer o debate sobre memória no Brasil, apresentando alguns dos principais temas e debates presentes nos acervos que contém atas de reuniões, relatórios de congressos e conferências, panfletos, cartazes, entre outros materiais.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
O Projeto é fruto da parceria entre o Núcleo Afro CEBRAP e o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL-Unicamp), que está recebendo documentos históricos das entidades atuantes na luta antirracista no Brasil. Para essa edição, a equipe escolheu trabalhar com o primeiro dos 13 acervos doados até agora ao Afro Memória.
Milton Barbosa é paulista de Ribeirão Preto, crescido no bairro paulistano do Bixiga e dirigente quarentenário do Movimento Negro Unificado. Muitas pessoas são testemunhas de sua história desde o início dos anos 1970, quando atuou junto a escolas de samba, grupos culturais, movimentos estudantis, sindicais, passando pela atuação política na clandestinidade imposta pelo contexto da ditadura militar.
Milton é fundador do Movimento Unificado Contra A Discriminação Racial, atual Movimento Negro Unificado, e do Partido dos Trabalhadores, foi candidato a deputado federal nas primeiras eleições da redemocratização, organizou um sem-número de atos públicos e ajudou a fundar varias organizações de base, articulações, fóruns e campanhas. São raros os acontecimentos do movimento negro contemporâneo em que Milton não esteve presente.
Ao tornar essas informações públicas é possível fortalecer o debate público e as agendas de pesquisa em torno do legado da atuação política desses agentes individuais e coletivos na história do país. Todas as edições contarão com a participação de colaboradores/pesquisadores convidades de outros projetos do Afro CEBRAP e serão disponibilizadas publicamente em formato digital.
Para fazer o download clique aqui.
O Afro Memória projeto resulta de um esforço coletivo que envolve o AFRO-CEBRAP, linha de pesquisa “Hip hop em trânsito” do Centro de Estudos de Migrações Internacionais da Unicamp, Projeto Memory and Identity in Afro Brazilian Archives, da Universidade da Pensilvânia e o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL/Unicamp), onde os acervos são preservados e disponibilizados para pesquisa.
As atividades contam com apoio da Porticus Foundation, Instituto Ibirapitanga, Fundação Tide Setubal, FAPESP, Open Society, UCLA Archives in Danger e Universidade da Pensilvânia.
Leia também: Afro Memória: Projeto promove preservação da história do Movimento Negro