A jovem profissional Evelyn Santos foi selecionada para estudar em uma das melhores escolas de audiovisual do mundo; doações serão destinadas para as despesas com a matrícula, seguro e as passagens de avião
Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Divulgação
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O audiovisual brasileiro ainda é um ambiente incomum para mulheres negras. O movimento para romper a hegemonia masculina e branca nas narrativas de documentários, séries e filmes é calcado na luta de mulheres como a jovem cineasta Evelyn Santos, de 23 anos.
A profissional, criada na periferia da zona norte de São Paulo, foi selecionada para estudar na famosa Escola Internacional de Cinema de Cuba (EIC), por três anos, a partir de janeiro. Até 2017, o governo brasileiro e o governo cubano dividiam as despesas integrais das bolsas, porém o Brasil rompeu com sua parte do subsídio.
Para cobrir as despesas com a matrícula, seguro e as passagens de avião, Evelyn criou uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 50 mil. A iniciativa, que busca doações até o dia 21 de novembro, já alcançou 85% da meta.
Entre diversas produções, na pandemia, a cineasta escreveu o roteiro e dirigiu o curta “Dádiva”, do projeto Curta em Casa, do Instituto Criar. “Com toda essa bagagem de conhecimento que vou adquirir [em Cuba], eu pretendo cooperar com o cinema nacional, trabalhando e lutando por qualidade nos nossos filmes e compartilhando conhecimentos, principalmente para as minas pretas que desejam entrar nesse mercado. Fui uma das fundadoras de um coletivo de mulheres chamado Som Direto, eu queria dar andamento neste projeto também”, conta Evelyn.