Faltam dez dias para o início da festa mais popular do país: o carnaval. O Alma Preta selecionou quatro livros e três documentários para quem deseja aproveitar os dias que antecedem o feriado para conhecer um pouco mais sobre as origens do samba e as particularidades da festa que arrasta multidões.
1. “Carnaval & samba em evolução na cidade de São Paulo”, de Maria Apparecida Urbano
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Publicado em 2006 pela Editora Plêiade, o livro propõe-se a um estudo técnico e histórico de todo o contexto que envolve os desfiles das escolas de samba e blocos carnavalescos da cidade de São Paulo.
A obra é um manual de conhecimento sobre as origens do carnaval, seu processo de criação e desenvolvimento, as formas diferenciadas de comemoração em grande parte do mundo e as manifestações carnavalescas como a influência africana, a música, fantasia e suas figuras típicas como o Rei Momo e a Rainha do Carnaval.
O livro aborda ainda aspectos jurídicos de uma entidade carnavalesca e a infraestrutura necessária para a realização dos desfiles.
2. “O samba conquista passagem: as estratégias e a ação educativa das escolas de samba”, de Cristiana Tramonte
A pesquisa, transformada em livro publicado em 2001 pela Editora Vozes, abrange um trabalho de recuperação histórica do carnaval e de busca de seu potencial criativo para a cultura brasileira.
A obra enfatiza o quanto o carnaval e as escolas de samba são uma forma de resistência cultural, inserção social e afirmação da negritude.
3. “O enredo do meu samba: a história de quinze sambas-enredo imortais”, de Marcelo Pereira de Mello
Em formato de crônicas, o autor destaca como o talento de compositores populares, entre eles Edeor de Paula, contribuiu para a glória do carnaval do Rio de Janeiro entre 1964 e 1993.
O livro publicado em 2015 pela editora Record evidencia as circunstâncias em que quinze sambas nasceram, cumpriram a sua finalidade na avenida e se tornaram imortais, uma vez que são lembrados até os dias de hoje.
A obra valoriza a cultura do samba-enredo, do movimento orgânico dos terreiros, das quadras cheias e das disputas emocionantes pela vitória.
4. “Almanaque do Carnaval – A História do Carnaval: o que ouvir, o que ler, onde curtir”, de André Diniz
Esse almanaque, lançado em 2008 pela Editora Zahar, traz a história cronológica das principais manifestações do carnaval, desde os blocos de rua de Salvador, os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, os milhões de foliões que saem atrás do “Galo da Madrugada” em Recife, entre outros acontecimentos tradicionais.
O autor também aborda os estilos musicais característicos da festa, os episódios que compõem o imaginário popular e as biografias de personagens de diferentes períodos do carnaval brasileiro.
5. “Samba à Paulista – fragmentos de uma história esquecida”, documentário de Gustavo Mello
Vencedor de um edital de cultura da Universidade de São Paulo (USP), o documentário de 2005 mostra a história da comunidade negra de São Paulo e suas heranças culturais, como o samba.
Apesar de a produção ter tido um trabalho árduo de pesquisa devido à escassez de registros, o projeto resultou em mais de 170 horas de material captado em formato digital e cerca de 200 documentos históricos reunidos.
6. “As Batidas do Samba”, documentário de Bebeto Abrantes
“Para mim não existe música ruim, ou ela é música ou então ela não é nada”. Essa fala de Wilson das Neves é uma das mais marcantes deste filme de 2010.
O documentário detalha o processo de introdução de instrumentos percussivos e sua transformação para dar ritmo à peculiaridade do samba no Rio de Janeiro. As imagens dão conta da importância de mestres do ritmo como Marçalzinho, Monarco e o próprio Wilson das Neves.
7. “Lavapés, a resistência do samba”, documentário de Bruno Ravagnani, Caio Ramos e Guilherme Cintra
O filme de 2012 retrata a força e o empenho da família comandada por Rosemeire Marcondes para manter de pé, sem nenhum apoio financeiro, uma das escolas de samba mais antigas da cidade de São Paulo: a Lavapés.
Fundada em 1937, a agremiação, mesmo distante do grupo que reúne as escolas especiais do carnaval paulistano, não deixou de lado sua cultura e tradição.