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Dia Nacional do Café: conheça a história do grão mais amado do Brasil

Celebrado nesta sexta-feira (24), o café mais exportado é o do Brasil, mas é na Finlândia que o grão é mais consumido
A produtora de café Neide Peixoto seleciona grãos de café na fazenda Santo Antônio, em Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais, Brasil, em 15 de maio de 2024.

Foto: Douglas Magno / AFP

24 de maio de 2024

O Dia do Café é celebrado no Brasil em 24 de maio há 19 anos. Na data também se comemora o Dia do Barista, especialista em preparar e servir cafés personalizados. A bebida é uma das maiores paixões dos brasileiros e o grão é responsável por movimentar a economia do país, que é o maior exportador do mundo.

De origem africana, o grão foi trazido ao Brasil pela Guiana Francesa e passou a ser plantado no Pará, por volta de 1730. Por conta das condições climáticas da região, o cafeeiro não conseguiu se fixar. Em meados de 1760, as plantações de café chegaram ao Rio de Janeiro e rapidamente se espalharam pela região. A província de Vassouras se tornou a capital do café brasileiro no século 19. 

A proibição do tráfico negreiro deixou a mão-de-obra mais cara e dificultou a aquisições de escravizados para o trabalho compulsório, o que reduziu os cultivos e elevou os gastos com a compra de meios de subsistência para a força de trabalho. 

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), nove em cada dez brasileiros com mais de 15 anos consomem café. Atualmente o país tem mais de 1,8 milhão de hectares dedicados à produção do café. O estado de Minas Gerais concentra a maior parte da produção cafeeira no território.

Produção por mãos negras

Historicamente, pessoas pretas eram associadas ao café apenas como mão-de-obra. Com a intenção de inverter a lógica, Raphael Brandão criou a própria torrefação artesanal em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Lançada em 2020, o Café Di Preto abastece o estoque apenas de grão cultivados em fazendas que pertencem a produtores negros. 

Determinados a quebrar o paradigma de que pessoas pretas não produzem qualidade, o empreendedor produz apenas “café especial”. Em uma entrevista à AFP,  Brandão conta que no início não foi fácil encontrar produtores negros. 

“É sempre o produtor herdeiro, é sempre um produtor que está cinco gerações fazendo café. E essa galera que eu trabalho geralmente é a primeira geração trabalhando com café”, disse.

Fundador da empresa de café Café Di Preto, Raphael Brandão, 31 anos, trabalha em uma máquina de torrar café na empresa Café Di Preto, em Nova Iguaçu, subúrbio do Rio de Janeiro.
Fundador da empresa de café Café Di Preto, Raphael Brandão, 31 anos, trabalha em uma máquina de torrar o grão em Nova Iguaçu (RJ). (Mauro Pimentel/AFP)

 Com mais de 18 mil seguidores no Instagram, ele usa as redes sociais não só para promover seus produtos, mas também para conscientizar as pessoas sobre questões raciais.

“Me perguntam: ‘E se fosse o contrário? E se torrefações brancas só trabalhassem com produtores brancos?’ Não é o que acontece no dia a dia?”, rebateu.

Para levar adiante a história negra, Brandão batizou cada linha de café em homenagem a uma mulher negra importante na história do Brasil, ou na produção do café que é distribuído pela empresa. Entre elas está Dandara dos Palmares, líder quilombola e da resistência de escravizados contra a opressão portuguesa, e Auxiliadora, uma das primeiras a fornecer seus grãos ao empresário. 

Curiosidades do café

Que o café é um elemento importante para o Brasil e para o brasileiro muitos já sabem, mas o que não é do conhecimento comum é que o café na verdade é uma fruta. Os grãos crescem em árvores e são encontrados no centro de um fruto, conhecido como cereja de café.

Por causa do grão, o Brasil chegou a ir para as Olimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1932.  Devido a crise econômica mundial da época, o governo embarcou 82 atletas em um navio com 55 mil sacas de café, entre outras cargas, assim, quando atracavam em nos portos, os atletas vendiam os grãos e cobriram uma parte das despesas para garantir a participação nos jogos. 

Apesar de o café ser uma paixão entre os brasileiros, os maiores consumidores da bebida são os finlandeses. Em média, cada pessoa bebe cerca de 12kg de café por ano. Em seguida, vem a Noruega (9,9 kg per capita), Islândia (9 kg), Dinamarca (8,7 kg) e Suécia (8,2kg).

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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