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‘Elefante’: peça discute racismo e invisibilidade social em sessão gratuita em São Paulo

Espetáculo do grupo Entre Atlânticas tem sessão gratuita no dia 14 de fevereiro, no Teatro de Contêiner Mungunzá e propõe reflexão sobre memória e desigualdade social
Imagem de dois artistas em fotografia de divulgação da peça 'Elefante'. O espetáculo terá exibição única, no dia 14 de fevereiro, no Teatro Contêiner Mungunzá, em São Paulo.

Imagem de dois artistas em fotografia de divulgação da peça 'Elefante'. O espetáculo terá exibição única, no dia 14 de fevereiro, no Teatro Contêiner Mungunzá, em São Paulo.

— Mau/Divulgação

3 de fevereiro de 2025

O grupo teatral Entre Atlânticas apresenta, no dia 14 de fevereiro, uma sessão gratuita da peça “Elefante”, no Teatro de Contêiner Mungunzá, em São Paulo. Com direção de Diddío Gonçalves e dramaturgia de Beatriz Nauali, a peça convida o público a questionar dinâmicas de poder e preconceito enraizadas no cotidiano.

O espetáculo faz parte da abertura de processo do programa Rumos Itaú Cultural e traz uma abordagem sensível sobre relações raciais, memória e invisibilidade social

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A trama acompanha Célia, uma idosa branca que sofre de Alzheimer e vive em abandono. A chegada de seu neto desencadeia uma busca familiar por explicações, mas a narrativa se transforma com a presença de Xhosa, a empregada doméstica invisível para os membros da casa. 

A peça propõe um jogo de percepções, em que o público, inicialmente levado a simpatizar com Célia, passa a reconhecer as camadas de negligência e racismo estrutural presentes naquela dinâmica familiar.

“A ideia é que o público, inicialmente, empatize com Célia por sua condição e, gradativamente, perceba as camadas de negligência que permeiam sua relação com Xhosa”, explica Beatriz Nauali, autora do texto e atriz que vive Xhosa. “A peça convida a uma volta de 360º no olhar, desafiando o público a enxergar o invisível e refletir sobre as marcas do racismo e do esquecimento social.”

Cenografia e referências artísticas

Inspirada nas obras de Arthur Bispo do Rosário e Stella do Patrocínio, a cenografia de “Elefante” propõe uma transição entre o realismo e um ambiente simbólico. Os mantos bordados de Bispo e a poesia falada de Patrocínio dialogam com a ideia de um espaço que documenta memórias e rupturas.

“O cenário se transforma ao longo da peça, do espaço realista da sala para um ambiente que representa a presença intuída, mas não reconhecida, de Xhosa. O espaço documenta as memórias dessa mulher negra, inicialmente invisibilizada na narrativa”, destaca o diretor Diddío Gonçalves em comunicado para a imprensa.

A narrativa combina drama familiar, suspense e elementos do absurdo e traz momentos de estranhamento que desafiam o público a preencher as lacunas deixadas pela história.

Serviço

Espetáculo “Elefante”, no Teatro Contêiner

Quando: 14 de fevereiro

Horário: 20h
Onde:
Teatro Contêiner Mungunzá – R. dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia, São Paulo (SP)

Retirada de ingressos no site da Sympla

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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