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Emicida pede licença a ancestrais e emociona com show histórico da Gira Final de AmarElo em SP

Com ingressos esgotados, o rapper paulista revisitou suas raízes e fez jus à indicação do álbum ao Grammy Latino
Na foto, o rapper Emicida toca flauta durante apresentação na turnê AmarElo - A Gira Final, em São Paulo, 25 de maio de 2024

Foto: Patrick Silva/Alma Preta

27 de maio de 2024

O Parque Ibirapuera, em São Paulo, foi palco da turnê de despedida do experimento social do rapper Emicida, batizado de “AmarElo – A Gira Final”, no sábado (25). O nome faz alusão aos rituais de religiões de matrizes africanas, nos quais é possível estabelecer um momento de conexão com as entidades espirituais por meio de cantos, danças e rezas.

Após passar por nove países e 55 cidades, o público pode se emocionar com um espetáculo marcado pela potência e gentileza do poeta urbano, que enxergou no disco uma oportunidade de explorar outros ritmos musicais, como a bossa nova e o samba.

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A escolha do Parque Ibirapuera não foi apenas uma coincidência para encerrar esse capítulo em São Paulo. O primeiro single, “Eminência Parda”, teve seu lançamento no MuseuAfroBrasil – Emanoel Araujo. O espaço possui o maior acervo de referências positivas da história de pessoas negras.

Além de reverenciar os nossos ancestrais, com ingressos esgotados, Emicida mostrou que “quem tem um amigo, tem tudo” ao dividir o palco com artistas negros, indígenas, periféricos e LGBTQIA+ que compartilham sua trajetória na música.

O show teve abertura de Discopédia, Jota.pê, Pathy Dejesus e DJ Sophia e contou com as participações especiais de Rappin Hood, Karol Conká, Rico Dalasam, Prettos, Fabiana Cozza, Amiri, Dory de Oliveira, Stefanie, Muzzike, Raphão Alaafin, Souto MC, Doctor MC’s, Jé Santiago e Miguelzinho do Cavaco.

Ao lado do Pastor Henrique Vieira, o rapper protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite enquanto distribuía girassóis para os fãs durante a interpretação de “Principia”, faixa que abre o álbum com um discurso de esperança e coletividade.

Com Projota e Rashid, Emicida revisitou suas raízes periféricas da Zona Norte de São Paulo. O trio de amigos, nascidos e criados na mesma região, e que ascenderam juntos no cenário do hip-hop, levaram o público ao delírio em cada verso, carregando toda a emoção que uma turnê de despedida pode oferecer.

AmarElo nasceu inspirado no poema de Paulo Leminski. O trabalho, lançado em 2019 pela Laboratório Fantasma, foi eternizado em um documentário da Netflix que mostra os bastidores do show no Theatro Municipal de São Paulo e aborda a história da cultura negra de forma didática e musical.

Apesar das primeiras apresentações ao vivo serem interrompidas por conta da pandemia de Covid-19, o álbum ganhou o Grammy Latino em 2020 e o documentário foi indicado ao Emmy Internacional.

A turnê “AmarElo – A Gira Final” ainda passará pela Arena Opus, em Florianópolis, em 21 de junho; pela Live Curitiba, no dia 22; e o Festival Ambienta, em Belém, no dia 28.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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