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Exposição sobre lutas raciais marca 250 anos do Cemitério dos Pretos Novos

Peça da mostra "Será o Benedito?", de Fátima Farkas, em exposição no Instituto Pretos Novos.

Foto: Divulgação

6 de maio de 2024

Reconhecido como Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro, o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) comemora no dia 10 de maio os 250 anos do sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos e também os 19 anos de existência do próprio IPN.

Para celebrar os dois aniversários, a exposição “Será o Benedito?”, da artista visual Fátima Farkas, abre a programação comemorativa com curadoria de Mauro Trindade. A mostra gratuita pode ser visitada no Instituto Pretos Novos até 20 de julho.

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O Cemitério dos Pretos Novos foi um dos mais importantes vestígios da chegada dos africanos escravizados no Brasil. O local, descoberto em 1996, funcionou entre 1772 e 1830 no Cais do Valongo, faixa do litoral carioca que ia da Prainha à Gamboa. 

Ali foram enterrados entre 20 mil e 30 mil pretos novos, como eram chamados os escravos que morriam após a entrada dos navios na Baía de Guanabara ou imediatamente depois do desembarque, antes de serem vendidos. 

A exposição “Será o Benedito?” reúne cerca de 32 telas, que contam a trajetória de personagens marcantes das lutas raciais, muitos dos quais esquecidos em razão da herança racista e patriarcal. 

Entre os retratos expostos, está a imagem de Benedito Caravelas (1805-1885), também conhecido como Benedito Meia-Légua, líder de grupos quilombolas que libertavam escravos no Nordeste e no Espírito Santo. 

Outros retratos incluem figuras como João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata; o escritor e abolicionista Luiz Gama; Nzinga (rainha de Ndongo e de Matamba); e o premiado arquiteto burquinês Diébédo Francis Kéré. 

A mostra de Fátima Farkas denuncia também o apagamento histórico ao substituir rostos por vegetação ou por um vazio branco, representando o sumiço de corpos e vidas.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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