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Festival Fala! debate o papel da comunicação no enfrentamento da barbárie

Mesa intitulada "Novas resistências para velhas violações" também discutiu o acesso à comunicação

Imagem: Iago Augusto/Alma Preta

Imagem mostra integrantes da mesa que debateu o papel da comunicação no enfrentamento da barbárie.

— Imagem: Iago Augusto/Alma Preta

27 de agosto de 2022

O Festival Fala! recebeu três comunicadores nesta sexta (26), na mesa intitulada “Novas resistências para velhas violações”. O espaço, mediado pela jornalista Valéria Lima, integrante do Instituto Mídia Étnica e do Correio Nagô, buscou debater o papel da comunicação na construção de caminhos contra a barbárie.

A mesa foi composta por Denise Mota, jornalista da Agence France-Press, No Toquen Nada e Folha de S. Paulo; Guilherme Soares, jornalista, consultor em diversidade e criador do Guia Negro; e Claudia Wanano, comunicadora da Rede WAYURI, de São Gabriel da Cachoeira (AM).

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Em sua fala, Denise Mota falou da importância da inserção de profissionais negros na comunicação, sobretudo no jornalismo, e ressaltou a urgência numa maior diversificação de redações e pautas.

“É muito importante a famosa diversidade das pautas e das redações, mas é muito fácil de dizer e muito difícil de fazer. Diversificar a redação é difícil para caramba, porque passa por um monte de filtros”, afirma Denise.

Apesar de feliz pelo aumento no número de estudantes negros nas universidades, a jornalista salientou a importância do acesso de profissionais negros aos cargos de liderança e tomada de decisões.

“É muito bom ter esses alunos [negros] na universidade. Mas é muito importante que esses alunos entrem no mercado de trabalho e não só entrem, mas que cheguem aos cargos gerenciais para contratar outros que venham depois, que tragam essa visão de mundo na prática, para que o jornalismo, por fim, possa refletir e contar o verdadeiro brasil que a gente, nas ruas, sabe muito bem qual é”, finaliza Mota.

Claudia Wanano falou sobre o trabalho na rede WAYURI e o acesso à comunicação dos povos indígenas na região do Rio Negro, no Amazonas.

“A rede nasceu com a missão de fortalecer mais a comunicação do Rio Negro, para a gente multiplicar a informação de tudo que tá acontecendo atualmente. Em relação aos direitos dos povos indígenas, ao cenário atual que estamos enfrentando com este governo [federal]. A Rede WAYURI tem essa missão também por ter o diferencial de passar essas informações na nossa lígua materna para uma maior compreensão, principalmente das nossas lideranças”, relata Claudia.

Idealizador do Guia Negro, Guilherme Soares relatou sobre o trabalho que desenvolve com o turismo sob uma ótica negra.

“A gente começou a fazer essa cobertura de turismo para influenciar que mais pessoas negras possam viajar. A gente tem um cenário de um racismo estrutural que atinge todas as áreas e quando a gente pensa no turismo, ainda olha para um mercado muito embranquecido, tanto as pessoas que trabalham quanto as que estão fazendo turismo”, disse o jornalista.

Leia também: “A gente ainda não experimentou”: Festival Fala! discute acesso à democracia

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