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Memórias de Batuque: Seu Ideval, autor do ‘samba do século’

Em mais um episódio, podcast mergulha na trajetória de um dos maiores compositores do carnaval paulistano
Imagem mostra Seu Ideval, um senhor negro que usa um chapeu branco.

Foto: Lela Beltrão

20 de fevereiro de 2024

Era de manhã

Narainã ali chegou

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No reino encantado

Oh sinfonia, a patativa que cantou”

Este é o refrão de “Narainã, a Alvorada dos Pássaros”. O samba de 1977 conta a história de uma lenda indígena, sobre uma moça transformada em ave por um pajé a qual era prometida. 

Tamanho o sucesso da letra, ele foi eleito o samba do século do carnaval paulistano em 1999, em um concurso promovido pelo jornal Folha de São Paulo. A canção é uma parceria  entre três compositores que fizeram história: Jordão, Zelão e Ideval Anselmo, mais conhecido como Seu Ideval. 

Entre os compositores, Seu Ideval é considerado um símbolo no terreiro de samba. Hoje aos 84 anos, ele coleciona uma obra musical com mais de 25 sambas de enredo, sem contar outras composições. Intérpretes como Eliana de Lima, Thobias da Vai-Vai, Fabiana Cozza e Originais do Samba gravaram suas canções. 

Em mais um episódio, o podcast “Memórias de Batuque” apresenta a história de Seu Ideval, considerado um griot do carnaval. Nascido em 1940, em Catanduva, ele aprendeu música dentro de casa, com sua família. Já na adolescência, começou a tocar trompete na banda da cidade.

Anos mais tarde, ele se encantou pelo carnaval carioca. Assistindo pela TV um desfile do Acadêmicos do Salgueiro, descobriu uma ala comum dentro das escolas de samba do Rio. 

“Eles falavam ‘nossa ala de compositor’. Eu não sabia de nada disso, e perguntei pra uma pessoa que já estava dentro do carnaval, conhecido nosso que depois veio a ser parceiro de música minha. Ele me explicou o que era a ala de compositores. Então eu vou entrar na ala de compositores”, relembra seu Ideval.

Assim, ele começou uma trajetória cheia de sambas inesquecíveis, que marcaram escolas como a Camisa Verde e Branco, Tom Maior, Rosas de Ouro e Unidos do Peruche.   

Parte dessa obra ficou registrada em um disco autoral de 2012, que faz parte do projeto “Memória do Samba Paulista”, do Kolombolo Diá Piratininga.

“Seu Ideval é um gigante compondo. A caminhada dele nos sambas-enredo é formidável, Nairanã é uma obra-prima. Grande compositor”, afirma Fernando Ripol, fundador do Samba do Congo, coletivo de compositores da Zona Noroeste de São Paulo.

Atualmente, Seu Ideval não desfila mais, mas continua compondo, sem querer participar de disputas de samba enredo. Nesses mais de 50 anos de carnaval, a estrutura do desfile mudou.

“Essa de fazer samba descritível, direto para o jurado, quebrou o ânimo do pessoal que vai assistir o carnaval e quer cantar. Esse samba técnico é longo, e o samba tem que ser irreverente. A festa é popular, a festa é do povo”, afirma ele. 

Sobre o podcast 

O “Memórias de Batuque – a história viva e negra do samba paulistano” é uma produção da agência de notícias Alma Preta em parceria com o Brasil de Fato

A iniciativa tem o objetivo de fortalecer a memória sobre o carnaval e revisitar episódios importantes para a construção da festa.

Nesta primeira temporada, serão lembradas histórias de pessoas fundamentais para o samba paulistano, como Carlão do Peruche, Maria Helena Embaixatriz, Seu Ideval e Seu Chiclé. 

Os episódios estão disponíveis nos principais tocadores de podcast.

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