O Museu da Maré, primeiro museu de favela concebido por seus moradores, no Conjunto de Favelas da Maré, Rio de Janeiro, vai disponibilizar online grande parte do seu acervo. Serão mais de 1 mil itens entre acervo bibliográfico, acervo iconográfico, acervo museológico e acervo cartográfico. O lançamento acontece em 12 de dezembro, em evento presencial na sede física do Museu.
Com a iniciativa, o Museu da Maré torna-se, um dos primeiros museus comunitários a realizar tal organização e divulgação, além de possibilitar o acesso para moradores de favelas, comunidade escolar, universidades, pesquisadores e todos que tenham interesse em consultá-lo.
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Estarão disponíveis no site seus acervos iconográfico, com 570 fotografias de 12 diferentes instituições; museológico, com 639 objetos; cartográfico, com 18 mapas da Maré e seu entorno; e uma parte do acervo bibliográfico com 4 livros do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM). Os itens poderão estar indexados por temas, décadas, referência geográfica, acervo, entre outros filtros, e estarão livres para download. A partir do dia 13 de dezembro, o site poderá ser acessado em: www.arquivomuseudamare.org.
A construção do projeto on-line resulta de um processo de inventário participativo, que envolveu muitas pessoas, desde a constituição do acervo, passando pela catalogação e digitalização até sua migração para a plataforma Tainacan, software livre e de fácil acesso.
Repositório de acervos museológicos e arquivísticos, o Tainacan permitiu um registro de cada item disponibilizado na plataforma. No que se refere à comunidade museológica, a iniciativa contribui para a valorização da diversidade do patrimônio brasileiro, somando-se aos museus que já desenvolvem processos de organização e disponibilização pública de seus acervos pela mesma plataforma.
O acervo on-line também contará com explicações minuciosas para os objetos de matriz africana, que frequentemente carecem de informações mais detalhadas em acervos online e físicos. Além disso, a iniciativa contribui para a preservação e divulgação dos patrimônios populares, a partir das narrativas e saberes dos moradores das favelas e periferias e do uso da tecnologia de um software livre e de caráter democrático.