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Na pandemia, artista faz manifesto poético a orixá que representa cura

9 de junho de 2020

Canção “Opanijé Atotô” marca o início da carreira autoral de João Nascimento, com trajetória em produção musical e cinematográfica

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação

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Em tempos de pandemia, o músico João Nascimento se recolheu no quilombo urbano Afrobase, na periferia da Zona Oeste de São Paulo, para compor a música “Opanijé Atotô”. A obra, que marca o início de sua carreira autoral, ganhou um videoclipe lançado no início de junho e é uma saudação, evocação e homenagem ao orixá que representa cura, o Obaluaiê, também chamado de Omolu.

Nascido no Morro do Querosene e criado nos sambas de roda das festas de Carurú, nas rodas de capoeira e ao som dos berimbaus de seu pai Dinho, João possui uma versatilidade musical ancorada na pluralidade de ritmos e referências sonoras da cultura negra, assim como vivências e habilidades em tocar diversos instrumentos de percussão, cordas e eletrônicos presentes nos arranjos de “Opanijé Atotô”.

A canção produzida no estúdio Kalakuta, com mixagem de Lindenberg Oliveira, está disponível nas plataformas digitais. O videoclipe foi dirigido e editado por Achiles Luciano.

João Nascimento possui um vasto currículo artístico e musical. Fundador e diretor da companhia de dança negra “Treme Terra”, já participou da produção musical de importantes álbuns de artistas negros e brasileiros. Entre eles, “Zumbi Somos Nós”, da Frente 3 de Fevereiro; “Cultura de Resistência” e “Terreiro Urbano”, da Cia Treme Terra; “Sinfonia de Arames”, da Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene; “Rapsicordélico”, de Gaspar Z’África Brasil; e “Laboratório Sonoro de Ritmos Afro-Brasileiros”, do Afro2.

Atualmente, o músico se dedica à produção do álbum “Hip-Hop Caboclo”, de Gaspar Z`África Brasil; e “Ifé Bogbo Aiyê”, do Mestre Lumumba. Como músico instrumentista, ao longo de sua trajetória João Nascimento também acompanhou artistas como o Nasi, da banda Ira!; Emicida, na composição da música “Guerreiro de Aruanda”, interpretada ainda por Gaspar Z’África Brasil; Tião Carvalho, Adriana Moreira, Banda Rastapé, entre outros.

Como membro da Frente 3 de Fevereiro, participou dos espetáculos “Futebol” e “Esquinas de Mundos” e da produção do documentário “Zumbi Somos Nós”. João integrou ainda a “Banda Baião de 4” e o quinteto “Abanã”. No cinema, ao lado de Firmino Pitanga, assina a direção do longa-metragem “Danças Negras”.

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