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‘Pequenas Áfricas’: mostra em São Paulo reconstitui cena cultural que consolidou o samba carioca

Em cartaz no IMS Paulista, exibição inclui troca de saberes e atividades complementares na programação
Duque, Donga, Pixinguinha e duas pessoas não identificadas, no porto do Rio de Janeiro, em 29 de janeiro de 1922.

Foto: Coleção Pixinguinha/Acervo IMS

9 de março de 2024

A exposição “Pequenas Áfricas: o Rio que o samba”, em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS Paulista), em São Paulo, aborda a criação do samba urbano pelas comunidades afrodescendentes no Rio de Janeiro. A mostra fica em cartaz até 21 de abril.

Dividida em dois andares, a exibição utiliza aproximadamente 380 itens para reconstituir a cena cultural, que entre os anos 1910 e 1940, produziu e consolidou o samba urbano.

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Durante a visita, o público aprende que foi Heitor dos Prazeres quem percebeu uma “África em miniatura” na comunidade estabelecida nas margens do Rio de Janeiro, que, apesar de estar inserida em um ambiente predominantemente branco e europeizado, foi responsável por uma das mais importantes revoluções estéticas do século 20.

Por meio de gravações, obras, documentos e objetos do acervo do IMS e de outras instituições, a mostra destaca como a rede de solidariedade, espiritualidade e música formada naquele tempo continua a influenciar a produção atual em locais como escolas de samba, blocos, terreiros e quintais.

A curadoria da exposição é dos historiadores e professores Angélica Ferrarez, Luiz Antonio Simas, Vinícius Natal e Ynaê Lopes dos Santos, doutora pela USP com pesquisa sobre as semelhanças entre escravidão e o espaço urbano no Rio de Janeiro e em Havana. 

A expografia é assinada pela arquiteta Gabriela de Matos, mestranda do Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da USP e uma das vencedoras do prêmio Leão de Ouro de melhor Participação Nacional na 18ª Bienal de Veneza de Arquitetura.

Como ação complementar à exposição, a Área de Educação convida o público a uma reflexão sobre possíveis Pequenas Áfricas de São Paulo, em um espaço dedicado à convivência, à troca de saberes e a atividades relacionadas a este tema. 

A programação inclui também uma série de Giras – rodas de samba e conversas – e filmes de criadores negros, além de livros infanto-juvenis com temática afro-brasileira e um jogo da memória que se utiliza dos Adinkra, símbolos gráficos pertencentes ao povo africano Asante (Gana) e seus significados.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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