A Alma Preta acompanhou a audição do novo álbum “Onda”, do cantor e compositor Rael. O evento, realizado na terça-feira (18) na Bela Vista, região central de São Paulo, reuniu amigos do artista e convidados especiais para conferir, em primeira mão, todas as faixas do aguardado álbum.
Composto por 14 faixas que transitam por uma diversidade de ritmos, “Onda” marca um novo capítulo na carreira do rapper paulista. O álbum conta com participações de peso, como as cantoras Ludmilla, Luedji Luna e Ivete Sangalo, além do rapper Mano Brown, entre outros. A mistura de gêneros como pagodão baiano, afro beat, black music, baião, amapiano e rap reflete a multiplicidade de influências de Rael, que se inspira em sua conexão com a rua, a África, a ancestralidade e o Nordeste.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
A produção do disco ficou a cargo de Nave, parceiro de Rael no sucesso “Envolvidão”, e traz uma pesquisa musical profunda, explorando os ritmos da cultura popular brasileira e africana.
Com 26 anos de carreira, Rael tem aprimorado sua sonoridade a cada novo lançamento. “Quando a gente faz um disco com essa profundidade musical, com essa pesquisa, é para mostrar que existe arte nas periferias, que há pessoas preocupadas em trazer coisas novas”, reflete o artista.
Rael compartilhou suas inspirações durante a audição e destacou a evolução de sua carreira: “Comecei no rap, fiz forró, fiz chorinho, quando vi, já estava no pagode e em outras vertentes musicais. Acho que esse disco sintetiza esse rolê inteiro. A ‘Onda’ quer dizer movimento. Eu não fico parado”, explicou.
Entre as faixas que mais chamaram atenção no evento, Rael destacou a colaboração com Mano Brown e Dom Filó na música “Onda (Citação A Onda)”, lançada como single, que conta com sample do hit de Cassiano, além de “Saudade de Lascar”, com a participação do instrumentista e cantor baiano Mestrinho.
Esta última traz uma melodia aconchegante com a sanfona de Mestrinho, que inicialmente seria tocada pelo pai de Rael, falecido em decorrência da Covid-19. “Eu já tinha mostrado a música pra ele, que era multi-instrumentista. Engraçado que o nome da música já era esse. Disse: ‘Na hora certa eu vou te acionar’, porque nem estava pensando em disco ainda”, relembrou Rael, emocionado.
Com “Onda”, Rael se afasta um pouco dos temas que marcaram seus trabalhos anteriores e revela uma sonoridade mais introspectiva e fluida. O rapper ressalta que este álbum não é sobre guerra, mas sobre um momento de conexão com a música e com a vida. “Queria que a pessoa apertasse o play e apenas ouvisse. Segui as batidas do coração e acho que as pessoas vão entender isso”, conclui.
Lançado oficialmente no dia 20 de março pela Laboratório Fantasma, “Onda” se apresenta como uma obra que, com sua sonoridade única, mescla elementos contemporâneos e tradicionais, e promete se consolidar como um marco na história da música brasileira, influenciando e inspirando os fãs de Rael por muitos anos.
