A deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), recebeu uma nova ameaça de morte nesta semana. O crime ocorreu poucos dias depois de a parlamentar perder sua escolta policial, feita por causa de ameaças anteriores.
A intimidação carrega ofensas racistas e uma menção à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há quatro anos. A Polícia Civil investiga o caso.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
“Eu vou te matar. Sua aberração, macaca fedorenta, cabelo de esponja de aço, Marielle Cover, favelada!“, diz uma das mensagens enviadas para o e-mail da parlamentar na segunda-feira (21).
Segundo a equipe da parlamentar, há indícios de que por trás da ameaça feita esta semana podem estar membros de uma seita virtual de extrema direita conhecida como Dogolachan e que tem como alvo parlamentares que em seus mandatos pautam questões relacionadas aos Direitos Humanos.
A deputada mineira salienta sua preocupação com o crescimento de ataques feitos pela internet para agredir principalmente mulheres negras e LGBTQIA+.
“Sou vítima de violência política desde o momento que assumi o cargo na assembleia. Fui legitimamente eleita e o Estado precisa garantir meus direitos políticos e minha integridade física como a de qualquer cidadão que sofre ameaças de morte. Isso não é privilégio nenhum. Enquanto eu poderia desenvolver meu trabalho como parlamentar, gasto tempo e energia para manter minha integridade física e de minha família”, afirma Andréia de Jesus.
Perda de escolta
A Polícia Militar de Minas Gerais e a Polícia Legislativa informaram a deputada de que a escolta seria retirada após o dia 18 de março. Andréia de Jesus exercia suas atividades acompanhada de agentes de segurança desde que foi ameaçada de morte em novembro de 2021.
Na época, Andréia de Jesus havia defendido a abertura de uma investigação sobre uma ação policial que terminou com 26 mortos na cidade de Varginha.
A parlamentar pediu que a escolta permanecesse até o fim de seu mandato, em janeiro de 2023, mas sem identificar os suspeitos da intimidação a corporação disse que o Serviço de Inteligência realizou uma análise que verificou que “não havia mais motivações para a permanência da escolta em questão”.