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‘Brasil só terá democracia racial quando a população negra tiver acesso à dignidade’, diz Anielle Franco

Em evento sobre equidade racial e educação, ministra e especialistas reforçam necessidade de garantir direitos básicos para a população negra
Imagem do evento "Experiência de Aprendizagem sobre Equidade Racial 2030".

Imagem do evento "Experiência de Aprendizagem sobre Equidade Racial 2030".

— Divulgação/Projeto SETA

28 de abril de 2025

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou do evento “Experiência de Aprendizagem sobre Equidade Racial 2030”, realizado pela Fundação W.K. Kellogg em parceria com o Projeto SETA, onde defendeu que o Brasil só alcançará uma democracia racial quando a população negra tiver acesso pleno à dignidade. 

O encontro, iniciado nesta segunda-feira (28) em São Paulo, integra o Desafio de Equidade Racial 2030 e reuniu especialistas para debater os desafios educacionais relacionados às desigualdades raciais no país​

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Durante o painel “Cenários contextuais históricos de raça, educação e juventude no Brasil”, mediado por Ana Paula Brandão, gestora do Projeto SETA e diretora programática da ActionAid Brasil, foram apresentados dados que reforçam as barreiras enfrentadas pela população negra no acesso à educação de qualidade

Ana Paula destacou que a população negra tem menos acesso à educação e menor probabilidade de concluir o ensino médio e superior. “Essa disparidade se manifesta em diversos aspectos, desde a infraestrutura escolar até a qualidade do ensino”, afirmou​ durante o evento.

Segundo a gestora, a luta histórica do movimento negro brasileiro foi responsável por avanços, como o Marco Legal que busca reduzir as desigualdades educacionais no país.

Dignidade e acesso a direitos como caminho para a democracia racial

A ministra Anielle Franco ressaltou que a evasão escolar afeta majoritariamente jovens negros de periferias, favelas e territórios vulneráveis. Ela reforçou a importância da Lei 10.639/03, que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, como uma medida essencial para a transformação social.

Anielle enfatizou que a democracia racial depende da efetivação de direitos básicos, como acesso à educação, saúde, esporte, cultura e lazer, para a população negra. “Esse país só vai de fato ter uma democracia racial quando conseguirmos fazer com que a nossa população negra tenha acesso à dignidade de vida”, afirmou.

Ela reforçou que garantir o direito à vida é essencial: “O que mais temos lutado é para que nossa população esteja viva e viva com dignidade”, disse, pontuando que muitas vezes a juventude negra enfrenta a violência antes mesmo de acessar a educação e outras garantias constitucionais.

Construção coletiva e diálogo com a sociedade civil

O evento também apresentou as estratégias do Projeto SETA, que atua com movimentos sociais negros, quilombolas, indígenas e feministas, promovendo pesquisa, incidência política e formação para transformar o sistema educacional brasileiro.


Além dos debates, os participantes realizaram visitas ao Museu Afro Brasil e aos bairros históricos Saracura/Bixiga e Liberdade, em São Paulo, como forma de conhecer trajetórias da resistência negra na cidade.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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