Uma delegação de congressistas negros dos Estados Unidos visitará o Brasil entre os dias 24 e 29 de março. O grupo tem como objetivo principal discutir a implementação do Japer (Plano de Ação Conjunta para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica), que faz parte de um acordo firmado entre os dois países.
A viagem, antecipada pela Folha de S.Paulo, será liderada pelos deputados Sydney Kamlager-Dove, presidente da bancada brasileira no Congresso dos EUA, e Jonathan Jackson. Durante a visita, está previsto um itinerário que inclui visitas a um quilombo em Brasília (DF), reuniões com o governo federal e parlamentares, além de um encerramento em um terreiro em Salvador (BA).
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A comitiva será acompanhada por representantes do Fundo de Defesa Legal da NAACP, mães contra a brutalidade policial e da Universidade Howard. O Japer busca coordenar esforços conjuntos entre os dois países para combater o racismo.
Segundo a Folha, os congressistas negros terão encontros com os ministérios da Igualdade Racial, Educação, Saúde, Justiça e o Itamaraty. Além disso, participarão de um café da manhã com a Frente Parlamentar Antirracista do Congresso brasileiro, incluindo deputados indígenas e da frente LGBT.
A parte final da agenda se concentrará em Salvador, onde a delegação se encontrará com políticos locais, candidatos às eleições municipais e organizações da sociedade civil para discutir questões como violência política contra negros e indígenas.
A visita será encerrada com uma passagem pelo terreiro Mãe Jaciara, abordando a questão do racismo religioso no Brasil, tema considerado relevante pela delegação, apesar de não estar diretamente relacionado ao Japer.
Rodnei Jericó da Silva, diretor do Programa Brasil no Instituto Internacional sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos, destaca a importância da visita para fortalecer a agenda do Japer.
“O objetivo de trazê-los nesse momento é fortalecer esta agenda do Japer. Estamos em um momento estratégico de saber com as autoridades o que eles vão fazer com todos os documentos que foram produzidos em 2022 e 2023, e pensando que ainda temos mais dois anos de governo Lula pela frente”, diz Rodnei, responsável pelo financiamento da comitiva.