Nesta quarta-feira (28), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou a cassação de Chiquinho Brazão (Sem partido), preso desde 24 de março pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O parecer da deputada e relatora do caso, Jack Rocha (PT-ES), que recomendava a perda do mandato, obteve 15 votos favoráveis, um contra e uma abstenção. O único parlamentar que optou por se manifestar contra foi Gutemberg Reis (MDB-RJ). O deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) se absteve da votação.
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No relatório, a relatora argumenta que a acusação é sustentada por “evidências significativas” que demonstraram um “quadro perturbador de corrupção e crime organizado” no relacionamento do acusado com grupos milicianos do Rio de Janeiro.
“A percepção pública de que a Câmara dos Deputados abriga e protege indivíduos envolvidos em atos ilícitos compromete a legitimidade do parlamento e enfraquece a confiança dos cidadãos na capacidade da Casa de legislar com integridade”, defendeu Jack durante a arguição.
A defesa de Brazão tem cinco dias úteis para recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). A perda ou não do mandato será decidida definitivamente no Plenário, que precisa de maioria absoluta (257 votos) em votação aberta e nominal para determinar a cassação do preso.
Durante um breve pronunciamento no Conselho de Ética, Brazão negou qualquer envolvimento na execução da vereadora e de seu motorista e alegou ter tido boa relação com a vítima, a quem chamou de “amiga”.
“A vereadora Marielle era minha amiga, comprovadamente, nas filmagens. Não teria qualquer motivo [para o crime] porque nós sempre fomos parceiros e 90% da minha votação e da dela coincidem”, disse, acrescentando que “se pegar as filmagens, como tem aí diversas, ela falando de mim, falando bem. Aliás, a Marielle saía do lugar dela e pedia às vezes uma bala, um chiclete [para mim]”, alegou Chiquinho Brazão por videoconferência.
Texto com informações da Agência Brasil*